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quarta-feira, 14 de maio de 2014

Serial Killers Parte IV- Aspectos Gerais e Psicológicos do Serial Killer 1


A CONEXÃO

Três elementos conectam os crimes em série: modus operandi, ritual e assinatura.

O modus operandi assegura o sucesso do criminoso em sua empreitada, protege sua identidade e garante a fuga. Mas encontrar o mesmo modus operandi em diversos delitos não é suficiente para conectá-los. O modo de agir é dinâmico e vai se sofisticando conforme o aprendizado do criminoso e a experiência adquirida com os crimes anteriores.

O ritual é o comportamento que excede o necessário para a execução do crime, e é baseado nas necessidades psicossexuais do criminoso, imprescindível para sua satisfação emocional. Rituais são enraizados na fantasia e frequentemente envolvem parafilias, além de cativeiro, escravidão. posicionamento do corpo e overkill*, entre outros. Pode ser constante ou não.

A assinatura é uma combinação de comportamentos, identificada pelo modus operandi e pelo ritual. Não se trata apenas de formas de agir inusitadas. Muitas vezes o assassino se expõe a um alto risco para satisfazer todos os seus desejos, como, por exemplo, permanecendo muito tempo no local do crime. Pode também usar algum tipo de amarração específica ou um roteiro de ações executadas pela vítima, como no caso de estupradores em série. Ferimentos específicos também são uma forma de assinar um crime.


MODUS Operandi dos Serial Killers

Por todos os seus MOTIVOS, amplamente variados, independentemente de raça ou sexo, os Serial Killers geralmente caçam e matam suas presas humanas em uma das três formas à seguir referidas. Em raras ocasiões, mais particularmente quando corre risco de captura, um assassino pode mudar sua técnica, mas esses desvios são raros e nunca parecem durar muito.

Os assassinos nômades são os viajantes, mudam-se frequentemente, muitas vezes de forma compulsiva de um local para outro, matando conforme caminham. Esses caçadores são os primeiros beneficiários da “LEGIÃO CEGA”, mudando de uma jurisdição para outra antes que a polícia de uma área reconheça o seu padrão. Não é incomum os assassinos nômades, como HENRY LUCAS e OTTI TOOLE, matarem em diversos estados diferentes, ou mesmo, como “A Serpente”, Charles Sobhraj, matar em diversos países diferentes. Uma vítima encontrada pedindo carona no Texas pode ser assassinada no Novo México e descartada na Califórnia, assim confundindo os investigadores de homicídios (se na verdade o corpo for de todo encontrado).

Os assassinos territoriais são de longe os mais comuns dos assassinos em série, delimitando um campo de caça particular que varia grandemente em tamanho de um caso para um próximo. Alguns, como o “Filho de Sam” DAVID BERKOWITZ, delimitam uma cidade ou vizinhança em particular. Outros se estendem mais longe no campo, como quando o “ASSASSINO DE GREEN RIVER” buscou suas vítimas mas estradas entre Seattle e Tacoma, Washington. Outros se localizam em áreas mais restritas, orientados por uma compulsão pessoal para frequentar um local em particular. Lester Harrison, por exemplo, realizou todos os seus assassinatos, exceto um, nas proximidades do Grand Park de Chicago. Em teoria, os assassinos territoriais seriam mais fáceis de se encontrar, pois oferecem aos investigadores de homicídio oportunidades frequentes para ver o produto de seu trabalho; mas alguns ainda conseguem permanecer à solta por anos, ou escapar, totalmente, como JACK, O ESTRIPADOR de Londres.

Os assassinos estacionários são os mais raros, fazendo muitas (se não todas) de suas vítimas em um local. Os infratores, nesse grupo, são igualmente divididos entre aqueles que matam em casa e aqueles que assassinam no local de trabalho. Os assassinos de “casa” incluem muitas VIÚVAS NEGRAS que caçam em suas próprias famílias, além de outros, como JOHN GACY, que trazem estranhos para seu lar (e frequentemente escondem seus corpos nas instalações). Os assassinos no local de trabalho incluem a maioria dos médicos e enfermeiras responsáveis pelos ASSASSINATOS MÉDICOS em casa de saúde e hospitais, e os espécimes anômalos como Calvin Jackson, um zelador de Nova York que estuprou e matou nove mulheres em um hotel para o qual ele foi contratado para limpar. Um caso aparentemente único na história é aquele de Jerry Spraggins, que aparentemente retornou três vezes dentro de muitos anos para um apartamento em Montclair, Nova Jersey, matando as inquilinas que não tinham nenhuma conexão entre si ou com ele.

Um assassino estacionário pode ser forçado a mudar periodicamente, por razões não relacionadas aos seus crimes, mas ele ou ela normalmente manterá os padrões de caça estabelecidos. Da mesma forma, sempre existe a especulação no caso de assassinatos não resolvidos de que o assassino pode ter mudado para outra cidade ou estado. Mas sem evidências convincentes (uma impressão digital, combinações balísticas, DNA), nenhuma conclusão pode ser feita nesses casos não resolvidos.


ARMAS preferidas por Serial Killers

No que se refere à escolha de armas, os serial killers americanos desafiam todas as normas nacionais. Em 1996, de acordo com o Relatório de Crimes Uniformes do FBI, 68% dos assassinatos americanos foram cometidos com armas de fogo, 26% foram o resultado manual – apunhalar, bater, estrangular – e outros 6% foram cometidos por outros meios, incluindo incêndios criminosos, bombas e veneno. Os assassinos seriais, em contraste, preferem o toque pessoal: 51% matam com as mãos, enquanto 22% confiam exclusivamente em armas e 10% utilizam “outros” meios; outros 14% alteram entre tiros e ataques manuais e 3% incluindo assassinos como Henry Lucas e Ottis Toole – usam qualquer coisa e tudo o que estiver disponível como ferramentas homicidas. (Lucas certa vez vangloriou-se de assassinar usando “tudo, exceto veneno”, incluindo as vítimas que foram crucificadas, atropeladas e queimadas vivas.)

Ao classificar os assassinos motivados sexualmente como ORGANIZADOS E DESORGANIZADOS, os analistas do FBI determinaram que o primeiro grupo normalmente planeja seus crimes em detalhes, procurando todas as armas necessárias com bastante antecedência; o segundo tipo mata mais frequentemente por impulso, chegando assim despreparado, e encontra suas armas à sua espera na cena do crime. Os infratores “desorganizados” também possuem tendência a deixar suas ferramentas para trás, frequentemente com impressões digitais úteis, enquanto seus concorrentes “organizados” mantêm (ou descartam) suas armas em um esforço para evitar a captura.

Uma lacuna significativa na “norma” de assassinato serial é notada quando as drogas e os venenos utilizados. Com a exceção de ASSASSINOS MÉDICOS, nos quais tanto homens como mulheres mostram inclinação por injeções letais, a maioria dos envenenadores são mulheres, tipicamente “VIÚVAS NEGRAS” que temperam a comida caseira com ingredientes não ortodoxos, variando de arsênico a anticongelante. Essa tendência das assassinas, para evitar o uso de armas, machados e etc; motivou alguns autores a nomeá-las “assassinas gentis”, mas esta designação deixa de reconhecer o sofrimento passado por vítimas de sucessivas doses mortais, que resultam em cegueira, convulsões, hemorragias e uma morte prolongada e agonizante. 



Troféus e Souvenirs mantidos por Serial Killers 

Há muito foi reconhecido que alguns assassinos, especialmente aqueles dirigidos por motivos sexuais e sádicos, retêm objetos pessoais de suas vítimas como lembranças do evento. Nesses casos, os analistas do FBI fazem distinção entre troféus (colecionados por assassinos organizados para comemorar uma caçada bem sucedida) e souvenirs (mantidos por assassinos desorganizados como combustível de suas fantasias); mas como os itens e seus métodos de coleção são idênticos, a distinção é amplamente semântica. 

Os itens coletados por assassinos seriais variam de comuns – fotografias, carteira de motorista, jóias, ou alguma peça de roupa – a estranhos e bizarros, incluindo partes amputadas do corpo. O autor Joel Norris denomina esse comportamento como uma “fase de totem” de assassinato serial, em que os assassinos se prendem a símbolos momentâneos, esperando prolongar a satisfação que os livra da realidade. Outros assassinos atingem o resultado seguindo seus casos na mídia, guardando artigos da imprensa ou colocando seus pensamentos em um diário, até mesmo revisitando as cenas do crime, apesar de correrem risco. 

Por desvio excessivo, nenhum caso até hoje atingiu a casa dos horrores de Wisconsin de Ed Gein – com as cabeças montadas em pilares, faces esfoladas pendendo das paredes e móbiles oscilantes feitos de partes de corpo feminino -, mas os serial killers não mostram finalidade na variedade de sua seleção. Jerome Brudos fotografava suas vítimas e preservava um dos seios como um peso de papel.O canibal Stanley Baker levou os ossos de articulações de uma vítima em um bolso de seu cinto, enquanto Alex Mengel escalpelou uma mulher e usava seu cabelo como um disfarce em sua nova tentativa de rapto. Os sádicos Laurence Bittaker e Ian Brady recordavam os gritos de suas vítimas atormentadas enquanto Leonard Lake e outros preservavam seus crimes em videoteipe. No Egito, um Barba Azul prolífico pego em abril de 1920 mantinha as cabeças de 20 mulheres em sua casa. 

Um aspecto interessante (se não inconclusivo) da pesquisa do FBI sugere que os atiradores aleatórios são mais inclinados a determinados tipos de comportamento de acompanhamento que os assassinos diretos. Os analistas do FBI dividem seus sujeitos cativos em dois grupos, um para assassinos que usam exclusivamente armas de fogo, e outro limitado aos assassinos com preferência por instrumentos afiados ou de corte. Oitenta e dois por cento dos atiradores admitiram seguir seus caos na imprensa, enquanto somente 50% dos assassinos diretos estavam interessados. Dos atiradores 64% guardavam artigos sobre si mesmos e 56% mantinham diários, contra 26% de principiantes, em ambas as questões.Vinte e dois por cento dos atiradores fotografavam suas vítimas, enquanto somente 11% dos assassinos manuais portavam máquinas fotográficas. Os atiradores foram também marginalmente mais suscetíveis de revistar as cenas de crimes, 44% a 34%, mas nenhuma diferença significativa foi vista para colecionar os troféus físicos. Os porta-vozes do FBI parara logo de tirar conclusões de seus dados, mas a lógica dita que os atiradores buscam reafirmação de seus crimes, pois atirar é um ato mais remoto, no qual o contato físico – e assim a satisfação – do espancamento, do ato de apunhalar e estrangular suas vitimas mortalmente.


Quem é a Vítima do Serial Killer?

O Serial Killer escolhe suas vítimas ao acaso ou baseado em algum significado simbólico que só faz sentido pra ele. Portanto para ser uma vítima em potencial basta estar na hora errada no lugar errado, ou possuir alguma característica que desperte a fantasia homicida no Serial Killer. O Serial Killer é sádico por natureza e tem prazer em torturar as suas vítimas, alguns chegam até ressuscitar algumas vítimas parar prolongar o sofrimento destas e aumentar seu próprio prazer. Tem necessidade de controlar, dominar e possuir o outro; e quando a vítima morre volta ao seu mundo de fantasia, e ao estado de vazio e ódio por si mesmo.

Isso se torna um círculo vicioso que só interrompido quando o Serial Killer é capturado ou morto. O Serial Killer vê suas vítimas como objetos, pois só assim pode humilhá-las, torturá-las fisicamente ao máximo e matá-las; pois caso o Serial Killer veja a vítima como alguém igual a ele sua fantasia corre o risco de ser destruída. Suas vítimas não são suas parceias na realização da fantasia e sim seus objetos de fantasia, essa é a sua essência. Tira da vítima o que quer, e quando a vítima não tem mais utilidade, livra-se dela; podendo picá-la espalhando os pedaços por aí, ou jogá-la em um rio, no acostamento ou mesmo no lixo. Pesquisas que revelam que quanto maior for a resistência da vítima, maior o prazer sexual do criminoso e maior a duração do crime em si (varia entre 36 e 94 minutos).

Tendem a escolher vítimas mais fracas do eles para facilitar o domínio, e vítimas que fazem parte de grupos marginalizados ou menos beneficiados pela sociedade (como prostitutas, mendigos, caronistas e etc), pois essas vítimas são mais difíceis de serem procuradas o que facilita o trabalho do Serial Killer.

As Serial Killers femininas por exemplo, na maioria dos casos chamadas de "viúvas negras",  matam maridos ou amantes, ou escolhem pacientes terminais e idosos.

O Serial Killer Ted Bundy, matava colegiais com longos cabelos castanhos, parecidas com sua noiva que rompeu o relacionamento. David Berkowitz, "O Filho de Sam", não era tão específico: bastava ser mulher para se tornar sua vítima em potencial. John Gacy, torturava e estrangulava garotos, levando muitos analistas a acreditarem que esses garotos representavam o próprio Gacy na sua inadequação perante os olhos do pai dominador.  O "Estrangulador de Boston" só atacava mulheres voluptuosas.

Podemos ver que o "tipo" de vítima escolhida varia muito de um Serial Killer para outro, algumas representam pessoas ou situações que causaram algum tipo de trauma, outras representam lados de si mesmos que eles odeiam, e outras não representam nada só são um meio para que eles posso realizar suas fantasias e ter algum prazer na vida cheia de ódio e vazio em que vivem. Não, não tem como você se proteger. E ao contrário do que pensamos, o Serial Killer geralmente tem uma aparência impecável e não apresenta nenhum traço que exponha seu lado sombrio (falaremos disso mais pra frente). Então, como diz Ilana Casoy, só nos resta rezar!

* Overkill: pode ser traduzido como uso exagerado de força ou uso excessivo de força, emprego de força desnecessária.



Fontes:

- Newton, Michael. A Enciclopédia de Serial Killers. 2° Edição. Brasil: Editora Madras, 2007.

- Casoy, Ilana. Serial Killer- Louco ou cruel?. 8° Edição. São Paulo: Editora Ediouro, 2012

- Site o Aprendiz Verde

- Site Comportamento Criminoso







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