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Serial Killers - Parte XI - Mitos Sobre Serial Killers Parte 6

#6: ELES SÃO TODOS BRANCOS Contrariando o mito popular, nem todos os serial killers são brancos. Serial killers existem em todos os gr...

sábado, 31 de maio de 2014

Caso da Semana 2: Pedro Alonso Lopez


Pedro Alonso Lopez nasceu em 1948, em Santa Isabel, no departamento colombiano de Tolima. Seu pai, Megdardo (ou Medargo) Reyes, era um membro do Partido Conservador da Colômbia e morreu atingido por uma bala que atravessou seu corpo em meio a uma guerra civil da época, apenas seis meses antes do nascimento de Pedro Alonso. Então Pedro nasceu sem conhecer um pai, e como o sétimo de 13 filhos, no meio de uma casa marcada pela pobreza.

Poucos meses depois Pedro é levado para a cidade de El Espinal. De acordo com o próprio Pedro, a sua mãe Belinda Lopez Castaneda trabalhou como prostituta em casa. Todos os filhos dormiam em uma grande cama, cujo quarto era separado por uma cortina pequena, onde se via e ouvia as coisas que a mãe fazia com os clientes.

Anos mais tarde, tentando justificar suas infâmias, Pedro diria que sua mãe dominadora, abusiva e tirânica. Ela surpreendeu Pedro apalpando os seios de uma irmã mais nova no meio de uma tentativa de fazer sexo com ela, após esse episódio Pedro foi expulso de casa, e quando voltou no dia seguinte, sua mãe o levou embora de ônibus e o deixou a 200 km de casa. 

Ele tinha oito anos quando saiu de casa. Sua mãe desmente esses acontecimentos e também acrescenta que era carinhosa com ele e acreditava que ele havia sido sequestrado no dia em que desapareceu. Recordando com alguma afeição, disse que Pedro Alonso queria ser professor como uma criança normal. Ela acrescentou que nunca o viu tocar os seios da sua irmã e nunca o expulsou de casa. Então ela chorou incontrolavelmente e depois falou que uma suposta testemunha disse que tinha visto Pedro indo para Cali com um homem. Esse depoimento pode ser visto no documentário Biography da Discovery Channel. 

Mãe de Pedro Alonso Lopez
De qualquer forma, Pedro terminou nas perigosas ruas da Colômbia, país que na época tinha uma taxa de criminalidade muito maior do que em qualquer outro país, e Pedro, com apenas oito anos provaria disso...

A raiz do mal

Um dia, quando Pedro estava na rua, um homem bondoso mais velho aproximou-se dele para oferecer comida e um lugar para viver. Diante de tal atitude de generosidade e compaixão aparente, o menino ingênuo concordou e foi com o estranho. Então o homem o levou para um prédio abandonado e sodomizou-lhe não uma, mas muitas vezes, depois o abandonou na rua.
Anos mais tarde, Pedro diria que ele havia se tornado o que era pelo impacto  causado ao ver sua mãe se prostituindo e mais ainda, pela violação de que foi vítima aos seus oito anos: "Eu perdi minha inocência na idade de oito anos, então eu decidi fazer o mesmo com quantas meninas fosse possível. "


Um resgate temporário

Depois de seu calvário Pedro ficou com medo e desconfiado com os estranhos. Ele ficou traumatizado e no meio das ruas aprendeu a linguagem da violência.

Como muitas crianças, Pedro foi exposto a muitos abusos por parte de adultos estranhos. Ele era um "menino de rua" (como eles dizem para as crianças de rua na Colômbia) e como tal tinha de ser associado com outros meninos de rua se ele quisesse sobreviver. Mas esta associação tinha seus terríveis males, com o seu grupo aprendeu a fumar o crack( a forma mais impura da cocaína), e por vezes tinha que participar de brigas horríveis a facas,  como nos momentos onde havia disputa sobre bancos ou outros locais para dormir, como becos e prédios abandonados. Como se não bastasse, tinha que revirar o lixo para se alimentar, e assim foi como Pedro durou até seus nove anos, onde depois de caminhar por alguns dias em Bogotá como um vagabundo, foi resgatado por um casal de idosos americanos.

Com dificuldades, Pedro finalmente compreendeu que o homem de idade avançada com sua esposa não parecia ser perigoso. Também nessa época a boa atitude de seu benfeitor foi acompanhada por comida quente e parecia muito mais sincera do que a primeira vez.
Por cerca de três anos, tudo correu bem: tinha comida, educação e bom tratamento pelo casal. Assim foi até os 12 anos.


De volta às ruas

Aos 12 anos, um professor violentou Pedro. O normal teria sido para Pedro dizer o que tinha acontecido, como em muitos casos semelhantes, ou ficasse na rua por medo da situação até que passasse. Mas depois dessa violação, toda a sua raiva se desencadeou; Pedro então invadiu a escola e roubou todo o dinheiro que havia no escritório e nunca mais voltou. 
Seis anos se passaram desde que Pedro tinha voltado as ruas depois de sair da casa do casal americano. Por um tempo, procurou trabalho, mas nunca conseguia nada por conta de não possuir nenhuma experiência de trabalho e pouca educação formal. Então começou a viver de furtos, sofrendo freqüentes prisões, mas nunca sem antes receber uma surra ...

Já um adolescente mais velho (quase um adulto), Pedro conseguiu tornar-se um ladrão de carros muito capaz, tão hábil que até chegou a ser admirado pelos novatos na área, bem pago e recebia grande demanda por aqueles que controlavam o negócio.

Apesar da sua habilidade, esta não foi suficiente para evitar sua prisão em 1969, quando ele já tinha 21 anos, e acabou depois sendo condenado a sete anos de prisão.


Descobrindo o prazer de matar

Não havia se passado nem dois dias, quando o fantasma do passado voltou para assombrar Pedro. Sem nenhuma razão aparente, dois detentos mais velhos agarram e o estupraram.
Desta vez, Pedro sabia que ele poderia se vingar, porque ele não era mais uma criança de 8 ou 12 anos. Ele decidiu ir atrás de uma faca na prisão e cortar a garganta de seus estupradores.
E foi isso o que ele fez. A punição para a vingança foi de dois anos adicionais a sentença de prisão, pois o ato foi considerado um assassinato em legítima defesa.

Uma evolução no seu nível criminal veio com estes assassinatos, na opinião de alguns especialistas, ele percebeu o grande prazer que tinha em matar, então se antes desse fato, psicologicamente ele provavelmente seria um estuprador pedófilo em um futuro próximo, após esse fato o prazer de assassinar e de violar foi acrescentado.

Durante o tempo que passou na prisão, Pedro alimentou o ódio contra sua mãe o que juntou com o seu consumo de pornografia, fortalecendo a imagem prejudicial que ele tinha pelo sexo oposto: uma imagem que correspondia a uma visão depreciativa, desumanizante e fortemente marcada por um processo de objetificação das mulheres.

Por fim, embora a sentença tivesse sido proferida, foi solto em 1971 aos 23 anos.

O Monstro dos Andes

Após a sua libertação, Pedro Alonso visitou a Colômbia, o Equador e o Peru. Sua rota exata não é conhecida com certeza, mas a verdade é que suas vítimas eram meninas entre 8 e 13 anos, quase sempre pobres e indígenas, que geralmente se concentravam em um cume existente através dos três países onde o assassino sanguinário buscava sangue inocente: os Andes. Foi nessa época que Pedro Alonso percorreu quase todo o Peru,  e acabou deixando para trás 100 meninas mortas.


A Punição de Ayacuchos

Pedro foi pego pelos indios ayacuchos quando, no norte do Peru (não se sabe o ponto exato), foi flagrado tentando de pegar uma menina de 9 anos de idade para abusar dela. Os índios percebendo que ele poderia também estar por trás de tantas crianças desaparecidas na área, o amarraram e torturaram-no durante horas (fazendo coisas como esfregar urtiga nele), para no fim o matarem de maneira lenta e terrível, porém para a infelicidade das futuras vítimas, ele foi salvo. Lopez disse posteriormente: "Os índios no Peru tinham me amarrado e me enterrado na areia até o pescoço quando eles descobriram o que havia sido feito para suas filhas. Cobriram a minha cabeça com mel e me deixariam lá para ser comido por formigas, mas um senhora missionária americana chegou em seu jipe e prometeu que ia me levar até a polícia. Ela me colocou amarrado na parte de trás de seu jipe e foi embora, mas ela me deixou na fronteira com a Colômbia e me deixou ir. Eu não a machuquei porque ela era velha demais para me atrair. "

Muito provavelmente, a versão é falsa quando você considera que os exames psiquiátricos determinaram que Pedro Alonso faz constante uso de mentiras e, acima de tudo, se considerarmos que as fontes mais confiáveis (como o documentário Biography Channel e o artigo da TruTV ) dizem que a missionária, depois de convencer os índios de que assassinato é ruim aos olhos de Deus, realmente colocou o criminoso nas mãos das autoridades. Nesse momento vemos a negligência por parte da Polícia do Peru, que recusou a investir o esforço e dinheiro necessários para uma investigação mais aprofundada do caso, e assim Pedro foi deportado para o País vizinho Equador.


Retrato de "um dos piores canalhas"

Como afirmado anteriormente, Pedro perseguia meninas pobres, a maioria da raça indígena. Nunca matou meninas brancas, porque em países como este a raça branca é  restrita a um grupo economicamente favorecido, enquanto que os negros e índios são os mais afetados pela pobreza. Então, Pedro Alonso era um assassino que escolhia ser prudente com as vítimas cujos pais poderiam ter dinheiro suficiente para trazer a polícia, porém os pobres mal podiam tomar atitudes. Seguindo esta mesma atitude de prudência, Pedro Alonso era capaz de seguir por vários dias uma menina até que ele soubesse qual era o momento em que ela estava sozinha, ai dava-lhe presentes e pedia para ir com ele até o local onde supostamente haveria outro presente para dar a sua mãe. Às vezes também se apresentava como um vendedor ambulante ou uma pessoa desamparada e perdida. Além disso, Pedro Alonso poderia deixar de seguir uma menina "eu costumava segui-las por horas, se necessário", se via que a menina chegava em casa e ia para uma área que não era fácil de levá-la eu desistia e escolhia outra. Por esses e outros aspectos; como verificar se suas vítimas estavam mortas (verificando sua respiração ou cortando os pulsos para ver se o sangue ainda está bombeando) criminólogos nunca hesitaram em dizer que Pedro Alonso era um assassino organizado. Por isso mesmo renunciava as filhas de turistas pois os pais ficariam em cima para o caso ser esclarecido, diriam posteriormente: "Nunca tive a oportunidade de levar aquelas apetitosas meninas loiras, os pais iriam atrás.

Com relação a sua tendência a pedofilia Pedro disse cinicamente: "É como comer frango. Por que comer frango velho quando você pode ter a garota jovem? "
Uma característica importante de Pedro Alonso era o seu amor pela inocência. Bem, diz ele que "andava pelas ruas à procura de uma menina com um olhar de inocência no rosto e beleza" e admitiu que, por causa de sua inocência, gostava particularmente das meninas do Equador, revela: "Eu gosto das meninas no Equador, porque são mais dóceis, mais confiantes e inocentes, não gosto de meninas colombianas, suspeitam muito de pessoas estranhas. "Eu queria tocar o mais profundo prazer e a excitação mais profunda, antes de sua vida definhar ".

"Havia um momento divino, quando eu colocava minhas mãos em torno do pescoço das meninas e via uma luz que estava desaparecendo de seus olhos. Somente aqueles que matam sabe o que eu quero dizer "(Pedro Alonso Lopez)

Assim, vemos "a paixão de transformar a vida em algo vivo", como sublinhado na seguinte declaração de Pedro Alonso Lopez: "Ao primeiro sinal da aurora eu me animava. EU forçava a menina a fazer sexo comigo e colocava minhas mãos em torno de sua garganta. Quando o sol se levantava eu a estrangulava. [...] Seria bom se você pudesse ver seus olhos. Eu nunca matei ninguém à noite. Teria sido um desperdício no escuro, tinha que vê-los à luz do dia [...].

Isto é visto na forma como ele falava e brincava com os corpos das meninas, meninas que, para ele, o remetiam para a sua própria história. Elas eram simplesmente "suas bonecas" (como ele as chamava cinicamente), em que ele disse uma vez: "Minhas amigas gostavam de ter companhia. Eu costumava ficar com três ou quatro meninas em um buraco e dizer (...) Era como uma festa, mas depois de um tempo, já que eu não podia me mover eu estava entediado e saía à procura de garotas novas. "

Com relação as valas comuns que Pedro Alonso fez para as suas "bonecas", ele diz que eles eram seus "locais históricos" e, nesse sentido, expressava o "troféu simbólico".
Lopez ao divulgar os locais onde suas vítimas estavam tratava seu trabalho criminoso como algo (e importante), dizendo que ao contrário de outros assassinos, ele não levou nenhum objeto das vítimas ou escreveu seus nomes em uma lista de morte.

Testes psicológicos aplicados em Lopez revelaram que ele era um "sociopata" com "transtorno de personalidade antissocial", alguém sem "empatia" e com grande capacidade de manipular e enganar. De acordo com Lopez, ele matou as meninas para livrá-las da pobreza e do sofrimento neste mundo, pois ao morrer ela iriam direto para o céu....



Capturado em Ambato

Pedro Alonso Lopez, por um tempo, gostava de estuprar e matar as "dóceis", "confiantes" e "inocentes" meninas no Equador, mas em Ambato, e especialmente após o assassinato da filha de um comerciante que não era de classe baixa, apesar de ser de raça indígena, as autoridades começaram a levar a sério os desaparecimentos. 

No início, acreditava-se que as meninas desapareciam devido ao aumento do comércio de menores para fins de escravidão sexual (a chamada "escravidão branca"), mas quando em abril de 1980 uma enchente revelou um dos túmulos de Pedro com os restos mortais de quatro meninas, a polícia sabia que lidava com um assassino em série e começou a investigar, mas nunca conseguiu nada. 

Então, poucos dias após o dilúvio, Carvina Poveda tinha ido fazer compras com sua filha Marie de 12 anos. Pedro Alonso, que tinha visto a criança não se conteve, e como de costume tentou sequestrá-la no mercado. Então Carvina gritou por ajuda e comerciantes rapidamente correram atrás do assassino, que tinha saído do mercado, mas não foi rápido o suficiente para evitar ser pego pela multidão enfurecida. Quando a polícia chegou, Pedro foi levado para a delegacia.


Confissões e ascensão à fama



Lá, na sede da delegacia de polícia, Pedro adotou uma atitude de silêncio ante a todas as perguntas durante o interrogatório. Perante esta situação a polícia teve que ser inteligente e cuidadosa, porque ele era apenas suspeito de assassinato e se eles quisessem confirmar a sua condição de culpado, deveriam fazer ele falar tudo e não usar a força pois não era o ideal.

Em meio a esses problemas, surgiu a figura do capitão Córdoba, que atuou infiltrado e se fez passar pelo Padre Gudino Córdoba. Com grande habilidade, o polícial conseguiu fazer amizade com o assassino e obter sua confiança e suas confissões de seus crimes hediondos. Agora finalmente, eles sabiam que tinham um assassino em série que confessou ter matado pelo menos 110 meninas no Equador, na Colômbia e 100 ou "bem mais de 100" no Peru.

Mas ... e se, tivesse outros assassinos, Pedro mentiu para ganhar destaque? Por conta disso os investigadores estavam céticos, até que Pedro se ofereceu para liderar um comboio da polícia para levá-lo onde os ossos "das bonecas" estavam enterrados. No primeiro lugar, haviam 53 cadáveres de garotas com idades entre 8-12 anos, nos 28 novos locais, novos corpos foram encontrados e o total foi de mais de 57 corpos. Apesar de outros corpos não terem sido encontrados, a polícia se apoiou nas confissões de Pedro, alguns investigadores sugeriram que certos animais devem ter espalhado os restos mortais e que as inundações tinham "lavado" o campo. Victor Lascano diretor da prisão, não duvidou da confissão do assassino em nenhum momento e disse a um repórter: "Se alguém confessa autoria de centenas de assassinatos e encontraram mais de 57 corpos, devemos acreditar no que ele diz [..]. Eu acho que sua estimativa de 300 é muito baixa "
Cristina, uma das dezenas de vítimas encontradas

Uma sentença insignificante

Ficou claro que Pedro Alonso Lopez foi um assassino em série que vale a pena entrar para o Hall da Fama, onde monstros como Garavito, Gille de Rais, Gary Ridgway, Chikatilo e muito mais se encontram. Apesar da pena máxima aplicável no Equador ser de 16 anos de prisão, foi atribuído como mero castigo em 1981, quando Pedro Alonso tinha 33 anos.
Em 1981, Pedro foi condenado à pena máxima que estava em vigor no Equador no momento: 16 anos. Os dois primeiros anos foram passados ​​na prisão em Ambato, os outros 12 na Colônia Penal Garcia Moreno, no Pavilhão B,projetado para estupradores e assassinos, onde passou seus dias escrevendo em seu diário, fumando e desenhando o rosto de Cristo de um lado e o diabo do outro.


Do sanatório para a liberdade

O Monstro dos Andes serviu apenas 14 dos 16 anos, por causa de bom comportamento. O dia que ele deixou  a cadeia estava fora de si de felicidade: gritando, pulando agradecendo a Deus.

Pedro Alonso agradecendo pela sua libertação

Houve grande revolta após a soltura de Pedro e muitos parentes de vítimas protestaram. "Neste país, só os ricos têm acesso à justiça", disse a irmã de uma vítima, e o pai disse à polícia: "estão contra você."

Em contrapartida os equatorianos ficaram indignados, mesmo quando houve manifestações exigindo que o presidente mudasse a pena máxima. Felizmente houve uma resposta rápida, consciente e engenhosa: apenas uma hora depois de sua libertação, ele foi preso por estar no exterior e não ter a "documentação apropriada", pelo qual ele foi deportado para a Colômbia, onde ele foi acusado de assassinar outras duss meninas, em 1979.

Eles o declararam louco e ele foi internado em um sanatório, de onde saiu em 1998 após ser declarado "são" com a condição de que seguisse seu tratamento psiquiátrico e se retratasse todo mês para o Judiciário.
Como esperado, Pedro Alonso Lopez nunca se retratou ao Judiciário. Em vez disso, viajou para Espinal para encontrar uma velha conhecida a quem ele havia acusado de ser culpada por "toda a dor" do seu "coração": sua mãe; a Sra. Lopez Castaneda já havia pedido que não o libertassem porque ele poderia ir matá-la.

Mas Lopez foi relativamente compassivo e não tocou em um único fio de cabelo dela. Em vez de matá-la, ao vê-la, disse: "Mãe, eu me ajoelho para pedir-lhe uma bênção." Mas isso foi só o começo, porque apesar de não mostrar nenhuma atitude violenta, Lopez realmente tinha ido lá  para acertar as contas, pois exigiu que sua mãe vendesse a cama e uma cadeira para lhe dar dinheiro, que ele usou para ir e nunca mais voltar.

Em outubro de 2002, a Colômbia emitiu um pedido à Interpol para sua prisão, porque ele era suspeito de estar por trás de um assassinato recente em El Espinal .
Parentes de vítimas ofereceram US $ 25.000 para quem o matasse, mas sua mãe intui que Lopez ainda está vivo. Se assim for, pode fazer jus às palavras que proferiu na prisão: "O tempo da morte é apaixonante e emocionante. Algum dia, quando sair daqui, vai sentir esse momento de novo. Feliz por voltar a matar. É a minha missão. "

Algumas vítimas
Pedro Alonzo Lopez durante única entrevista que ele já deu 

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Caso da Semana 1: Daniel Barbosa


          Daniel Camargo Barbosa, A Besta dos Andes



Daniel Camargo Barbosa foi um serial killer psicopata, nascido na Colômbia. Acredita-se que ele estuprou e assassinou mais de 150 meninas na Colômbia e Equador durante os anos 70 e 80.

Juventude

A mãe de Daniel morreu quando ele era criança e seu pai era autoritário e emocionalmente distante. Ele cresceu sofrendo abusos de sua madrasta, que o castigava e o vestia como uma menina, fazendo-o passar por constrangimento em frente a seus amigos.

Crimes e prisão

Sua primeira prisão aconteceu em Bogotá em 24 de maio de 1958, por furto. Daniel teve união estável com uma mulher chamada de Alcira, com quem teve 2 crianças. Ele se apaixonou por outra mulher, Esperanza, que tinha 28 anos de idade e com quem ele planejava se casar, porém ele descobriu que ela não era mais virgem. Isto se tornou uma das obsessões de Daniel, e ele fez um trato com Esperanza que ficaria com ela desde que ela o ajudasse a encontrar outras garotas que fossem virgens para ele fazer sexo com elas. Assim começou sua parceria para o crime. Esperanza era cúmplice de Daniel, iludindo meninas para irem a seu apartamento sob falso pretexto e as drogava com remédios para dormir, assim Daniel poderia as estuprar.

Daniel estuprou cinco meninas deste modo, porém não matou nenhuma. A quinta menina que eles abusaram desse jeito relatou o crime às autoridades e o casal foi preso em prisões separadas. Daniel foi condenado por estupro em 10 de abril de 1964. Um juiz sentenciou Daniel a 3 anos de prisão, ele ficou grato pela clemência do juiz e prometeu ter se arrependido dos crimes dizendo que iria mudar de vida. No entanto, outro juiz viu precedência em seus crimes e o condenou a 8 anos de prisão. Isto fez com que Daniel ficasse furioso. Ele cumpriu toda a pena e foi solto. Em 1973 ele foi preso no Brasil por não possuir documentos. Devido à demora em enviar a ficha criminal de Daniel da Colômbia ele foi deportado e solto com uma identidade falsa. Quando retornou à Colômbia ele arrumou um emprego como vendedor de rua em Barranquilla, vendendo televisões. Um dia, ao passar em frente a uma escola ele sequestrou uma menina de 9 anos de idade, estuprando-a e matando-a, de modo a evitar que ela o denunciasse à polícia como fizera sua vítima anterior. Este foi o primeiro homicídio praticado por Daniel.

Ele foi preso em 3 de maio de 1974 em Barranquilla, quando retornava à cena do crime para pegar uma televisão que havia esquecido ao lado da vítima. Apesar de se acreditar que ele estuprou e matou mais de 80 meninas na Colômbia, Daniel foi preso depois de confessar ter estuprado e matado uma menina de 9 anos de idade. Inicialmente, ele foi sentenciado a 30 anos de prisão, porém sua sentença foi reduzida para 25 anos, e foi recolhido a prisão na ilha de Gorgona, Colômbia, em 24 de dezembro de 1977.



Fuga para o Equador

Em novembro de 1984, Daniel escapou de Gorgona em um barco artesanal depois de ter estudado cuidadosamente sobre as correntes marítimas. As autoridades assumiram que ele havia morrido no mar e a mídia reportou que ele havia sido comido por tubarões. Ele chegou em Quito, Equador. Então ele viajou de ônibus até Guayaquil em 5 ou 6 de dezembro de 1984. Em 18 de dezembro ele sequestrou uma menina de 9 anos de idade da cidade de Quevedo, na província de Los Rios, Equador.

No dia seguinte uma menina de 10 anos de idade também havia desaparecido. De 1984 até 1986, Daniel cometeu uma série de ao menos 54 estupros e assassinatos em Guayaquil. A polícia, no início, acreditou que as mortes seriam causadas por gangues, de modo a não entender que apenas um homem havia matado aquelas pessoas. Daniel dormia nas ruas e vivia com o dinheiro que conseguia vendendo canetas na rua. Ocasionalmente, ele ganhava um dinheiro a mais vendendo roupas e outros acessórios de valor que as vítimas possuíam.



Modus Operandi

Daniel selecionava meninas jovens, indefesas e pobres para fazer uma aproximação, fingindo ser um estrangeiro que precisava encontrar um pastor protestante numa igreja distante do centro da cidade. Ele explicava que necessitava entregar uma grande quantidade de dinheiro, que mostrava como prova, e oferecia uma recompensa a quem pudesse ajudá-lo. Ninguém suspeitava de um homem mais velho acompanhado por meninas ou mulheres jovens que poderiam ser suas netas. Daniel, então, entrava na floresta, alegando ser um atalho para não assustar suas vítimas. Se as meninas suspeitassem e voltassem ele não evitava que fossem embora. Daniel estuprou suas vítimas antes de estrangulá-las, algumas vezes as esfaqueava quando resistiam. Depois de assassiná-las ele deixava seus corpos na floresta para serem levados por animais.



Prisão

Daniel foi preso por 2 policiais em Quito no dia 26 de fevereiro de 1986, apenas alguns minutos depois dele ter matado uma menina de 9 anos de idade chamada Elizabeth. Os policiais estavam fazendo ronda e se aproximaram dele na avenida Los Granados, achando a atitude dele suspeita. Eles se surpreenderam quando perceberam que ele carregava uma mochila cheia de roupas com sangue e uma cópia do livro “Crime e Castigo” de Dostoiévsky. Ele foi levado sob custódia e depois transferido para Guayaquil para identificação. Quando foi detido ele deu um nome falso, Manuel Bulgarin Solis, porém depois a verdade foi revelada por uma de suas vítimas de estupro que conseguiu fugir.

Daniel, de maneira muito calma, confessou que assassinou 71 meninas no Equador desde que escapara da prisão colombiana. Ele levou as autoridades até os locais em que cometera os crimes e que ainda não haviam sido descobertos. Os corpos haviam sido desmembrados. Enquanto ele falava às autoridades equatorianas a localização dos corpos e quão sádico os crimes foram, ele não mostrava sentimentos nem arrependimento. Depois de estuprar suas vítimas ele as mutilava com um facão. Ele deu uma explicação cínica pela escolha das meninas. De acordo com ele, os assassinatos ocorriam por causa da falta de fé das mulheres. Ele as odiava por elas não serem como as mulheres deveriam ser. Todas suas vítimas eram virgens.



Entrevista

Em junho de 1986, Francisco Febre Cordero, um jornalista do Jornal Hoy, arrumou uma entrevista com Daniel. Isto foi difícil em virtude do bloqueio policial ao acesso a Daniel, e o fato de Daniel exigir uma grande comissão em dinheiro para participar da entrevista. O jornalista simulou que fazia parte de um grupo de psicólogos que tinham acesso ao preso, permitindo que ele fizesse perguntas a Daniel sem que o mesmo suspeitasse.

Depois disso, o jornalista descreveu Daniel como extremamente inteligente, “Ele tinha resposta a qualquer pergunta e poderia falar de Deus e do diabo do mesmo jeito”. Leitor culto, ele citou Hesse, Mario Vargas Llosa, Gabriel García Márquez, Guimarães Rosa, Nietzsche, Stendhal e Freud; todo esse conhecimento ele obteve durante o tempo que ficou preso na ilha de Gargona.

Sentença

Daniel foi condenado a 16 anos de prisão em 1989, a pena máxima permitida no Equador. Enquanto cumpria esta pena na prisão de Garcia Moreno de Quito, ele alegou ter se convertido ao Cristianismo. Nesta prisão também se encontrava Pedro Alonso Lopez (o monstro dos Andes), que, acredita-se, ter estuprado e assassinado mais de 300 meninas na Colômbia, Equador e Peru.

Morte

Foi noticiado em novembro de 1994 que ele havia sido assassinado na prisão por Luis Masache Narvaez, que era primo de uma de suas vítimas.





















quinta-feira, 29 de maio de 2014

Serial Killers Parte VI - Aspectos Gerais e Psicológicos do Serial Killer 3


Fantasias mortais
Fantasias estranhas e bizarras são consequências de isolamento e raiva. Para o Serial Killer incipiente, quanto maior o isolamento maiores são as fantasias violentas, que por sua vez criam uma maior dependência de fantasia para o prazer, de acordo com Robert Ressler (et al) em Homicídio Sexual. "Conforme eu crescia, percebia, embora de maneira imperfeita, que eu era diferente das outras pessoas, e que o modo de vida em minha casa era diferente do que nas casas dos outros .... Isso me estimulou a introspecção e a questionamentos mentais estranhos ", disse o" Acid Bath Murderer "John Haigh.

Eventualmente, para sustentar a fantasia, os Serial Killers chegam a um ponto em que eles precisam parar viver por isso. Eles vão debruçar sobre o ato de assassinato por anos, e ficam em estados de quase transe dias antes do assassinato, completamente arrebatados pela sua fantasia. Suas vítimas são reduzidas a peões infelizes em seu devaneio perverso. Grande parte das estranhos mutilações ritualísticas são oriundas de um drama interior que só o assassino pode entender. "Eu criei um outro mundo, e os homens de verdade iriam entrar e eles nunca realmente se machucariam. Realizei sonhos que causaram a morte. Este é o meu crime", disse Dennis Nilsen. Jeffrey Dahmer teve uma visão semelhante: "Eu tornei a minha vida de fantasia mais poderosa do que a minha realidade."

No entanto, a realidade confusa brutal do assassinato nunca cumpre completamente o poder da fantasia. Na verdade, geralmente é uma decepção, mas a fantasia não vai embora e é muito profundamente enraizada na psique do assassino. Isso explica a natureza do assassinato. "A fantasia que acompanha e gera a antecipação que precede o crime é sempre mais estimulante do que o rescaldo do crime em si", observou Ted Bundy.

Muitos Serial killers mantêm "lembranças" de seus crimes, que mais tarde reabastecem a fantasia. Quando Bundy foi questionado sobre o por que ele tirou fotos de suas vítimas, ele disse, "quando você trabalha duro para fazer a coisa certa, você não quer esquecê-lo."

Os médicos BR Johnson e JV Becker da Universidade do Arizona estão tentando entender com que profundidade a fantasia deforma a mente do assassino em série. Eles estão estudando nove casos de indivíduos com idade entre 14 - 18 anos, que possuem "fantasias clinicamente significativas de se tornar um assassino em série." A investigação está tentando descobrir se podemos detectar potenciais assassinos com base na potência das fantasias sádicas de adolescentes, e se há alguma forma de interromper a ligação entre a fantasia e a ação.

Uma coisa é fantasiar sobre matar alguém, mas outra coisa é fazê-lo. O que leva o serial killer a cruzar a linha, uma e outra vez? Drogas estão frequentemente envolvidas, especialmente o álcool, como vemos no caso de Gacy (que também mantinha Valium, anfetaminas e maconha em seu arsenal) Ramirez, Nilsen e Dahmer.


Estressores

De acordo com Ressler et al, "estressores" são eventos que desencadeiam o assassino em ação. Eles podem ser "conflito com as mulheres, conflito parental, estresse financeiro, problemas conjugais, conflitos com os homens, nascimento de uma criança, lesão física, problemas legais, e stress de uma morte." Como o assassino não lidam bem com a frustração, raiva e ressentimento, as fantasias de assassinato podem se tornar realidade. "Muitos fatores desencadeantes giram em torno de alguns aspectos do controle", diz Ressler. A morte da mãe de Gein o deixou no limite. Christopher Wilder, que viajou por todo o país, estuprando, torturando e assassinando oito mulheres, afirma que sua fúria assassina começou após sua proposta de casamento ter sido rejeitada.


Após o assassinato

De acordo com Joel Norris, existem 6 fases do ciclo do serial killer: 1) A fase áurea, onde o assassino começa a perder o contato com a realidade; 2) A fase da procura, quando o assassino procura uma vítima; 3) A fase do cortejo, onde o assassino atrai sua vítima; 4) a fase de captura, onde a vítima é aprisionada; 5) O assassinato ou fase Totem, que é a altamente emocional para o assassino; e, finalmente, 6) A fase de depressão, que ocorre após a matança.

Norris escreve que, quando a depressão se instala, ele aciona as fases iniciais novamente. Bundy disse que nunca realmente conseguiu o que esperava depois dos assassinatos, e sempre se sentia vazio e desesperado depois. Joel Norris descreve bem a "depressão pós-homicídio" do serial killer: "O assassino está simplesmente tornando real uma fantasia ritual ... mas, uma vez sacrificada, a identidade das vítimas dentro da própria fantasia do assassino é perdida. A vítima já não representa o que o assassino pensou que ele ou ela representava (a imagem de uma noiva que rejeitou o assassino, o eco da voz da mãe que odiava, ou os insultos do pai distante..), todos permanecem vividamente na mente do assassino após o crime. O assassinato não apaga ou altera o passado, porque o assassino se odeia ainda mais do que antes de atingir o clímax da emoção ... é apenas o seu próprio passado, que é encenado. Ele falhou novamente .... Em vez de inverter os papéis de sua infância, o assassino acaba de reforçá-los e ao torturar e matar uma vítima indefesa, o assassino reafirmou suas tragédias mais íntimas. 

O assassino em série em última análise, está em busca de sexo ou poder, ou ambos? Depende pra quem você perguntaa. Alguns acreditam que a dominação sexual é uma expressão da necessidade de poder. "O sexo é apenas um instrumento usado pelo assassino para obter poder e domínio sobre a vítima", escreve Steven Egger. De acordo com Bundy, o sexo não era a principal fonte de gratificação. "Eu quero dominar a vida e a morte", disse ele. Ele queria o controle total sobre suas vítimas: ". Possuindo as vítimas fisicamente seria como seria possuir um vaso de plantas, uma pintura ou um Porsche." Outros acreditam que um impulso sexual desviante é a causa, e poder é a ferramenta para atingir a satisfação sexual.

Alguns Serial Killers vão se identificar com fontes percebidas de poder, em uma tentativa de desviar um pouco da sensação de controle e onipotência de si. Alguns vão entrar em ilusões de grandeza religiosa, seja em Cristo ou Satanás. Outros se espelham na polícia, e a imita, como se a sua autoridade emprestada desse ao assassino a autoridade para matar os outros

Quando era adolescente, Patrick Mackay foi severamente descrito como um candidato à altura para se tornar um "frio assassino psicopata" por um de seus médicos. Mackay se identificava com Hitler, e colocava seus próprios uniformes nazistas artesanais. Depois de confessar ter matado onze pessoas, incluindo um padre católico com um machado, ele declarou: "Não vou derramar uma lágrima. A vida é cheia de choques de todas as descrições e eles têm que ser enfrentados."


Desvio Sexual

"Os demônios queriam o meu pênis", escreveu David Berkowitz. Para o assassino denominado de O "Filho de Sam", o sexo não era algo que envolvia um parceiro disposto. Em vez disso, suas fantasias sexuais distorcidas, criadas em isolamento social, conjurou forças abstratas do mal. Nós normalmente pensamos que os demônios possuem objetivos mais elevados, como almas perdidas, e não pênis. Mas para esses assassinos, luxúria, sexualidade, poder e dominação estão interligados com tanta força que precisam fazer o outro sangrar. É difícil dizer onde o desejo sexual sai de cena, e o desejo de sangue assume.


Homicídios Sexuais

De acordo com Ressler, Burgess, e Douglas sobre Homicídios Sexuais; Eles acreditam que existem dois tipos de homicídios sexuais: ". Assassinos sádicos, ou de luxúria" "o estupro ou a raiva deslocada.

Como é que um assassino de luxúria difere de um estuprador que mata suas vítimas para não ser pego? Estupradores que matam, de acordo com um estudo citado em Homicídio Sexual (Ressler et al), "raramente encontram qualquer satisfação sexual no assassinato nem se engajam em atos sexuais pós-morte. Em contraste, o assassino sádico mata como parte de uma fantasia ritual sádica. A " Mutilação é "exagerada", pois fere obsessivamente o corpo da vítima para além do que é necessário para matar a vítima. Pelos psicopatas possuírem uma taxa de excitação baixa, é preciso mais para estimulá-los. Mutilações Macabras excitam o assassino movido pela luxúria. Para eles, a morte desencadeia uma fantasia sexual bizarra, que havia desenvolvido nos recessos sombrios de suas mentes distorcidas.

Ressler escreve que a masturbação geralmente ocorre após a morte, quando a sua fantasia é mais forte. " Porque as fantasias não envolvem uma pessoa real, mas uma vítima sacrificial simbólica, a violência pode escalar após a morte. "Mutilações ocorrem frequentemente quando a vítima já está morta, num momento em que o assassino tem controle total sobre a vítima", escreve Ressler.

Muitos dos assassinos em série que discutimos admitem um desejo sexual anormalmente forte. Ed Kemper, que, muitas vezes decapitava suas vítimas antes de estuprá-las, disse que tinha uma "unidade sensual muito forte, um desejo sexual estranho que começou cedo, muito mais cedo do que o normal." No entanto, ele fantasiava sobre mulheres mortas, e não vivas. "Se eu matei elas, você sabe, elas não poderiam me rejeitar como homem. Era mais ou menos fazer uma boneca de um ser humano ... e realizar minhas fantasias com uma boneca, uma boneca humana viva". A emoção mais perturbadora que Kemper tem de assassinato foi a excitação sexual em decapitar suas vítimas:. "Eu lembro que havia realmente uma emoção sexual ... você ouve aquele voz dizendo para você arrancar a cabeça e para segurá-la pelos cabelos. Quando você faz isso, e observa o corpo sentado lá. Você flutua ", disse ele.

Kemper chegou a dizer: "Em uma menina, com o corpo sem cabeça. Naturalmente, a personalidade foi embora." Essas personalidades que os serial killers acham tão problemáticas em suas vítimas, explicam por que vão a extremos para despersonalizar os corpos de suas vítimas com mutilações terríveis. O que existe de tão ameaçador, a ponto deles precisarem destruir isso?


Sexo e Morte

Outros assassinos com impulsos sexuais anormais incluem o "Estrangulador de Boston", Albert DeSalvo, que supostamente precisava de excitação sexual pelo menos,cinco vezes por dia. Ele até passou a culpar a sua esposa pelos assassinatos. David Berkowitz compulsivamente se masturbava, e "sua preocupação com a sexualidade oral", escreveu o Dr. David Abrahamsen ", sugere o seu desenvolvimento sexual imaturo."

Porque o sexo está ligado à morte e não a vida, para alguns dos assassinos movidos pela luxúria, a resposta tem a ver com um conceito de procriação perturbado. "Sexo não deveria existir", disse John Haigh. "A propagação é ato insensível."

Para alguns desses assassinos, a sexualidade é equiparada com o pecado e a morte devido ao excesso de zelo dos pais que estavam ansiosos para manter seus filhos longe da promíscuo. Sua unidade libidinoso foi canalizada para outro comportamento desviante. "Lipstick Killer" William Heirens alegou que o roubo era sua principal forma de liberação sexual. Quando criança, ele tinha sido avisado de que o contato sexual estava sujo e "causou a doença." Joseph Kallinger, que foi criado por pais católicos sádicos que lhe disse o seu pênis tinha sido operado para mantê-lo de crescer (na verdade foi uma operação de hérnia) foi sexualmente excitado por incêndios. Para Ed Gein, que havia sido severamente ensinou que o sexo era pecaminoso e degenerado, parece quase natural que ele iria associar sua própria curiosidade sexual com a morte, o fruto do pecado em si.


Matar a Mulher Interna

Henry Lee Lucas, que foi forçado a se vestir como uma menina quando criança, declarou: "Eu desejava a morte para as mulheres. Eu não via a necessidade delas existirem. Eu as odiava, e queria destruir cada umm que eu poderia encontrar. Eu estava fazendo um bom trabalho. " Muitos acreditam que John Gacy estava matando jovens que representavam simbolicamente a sua própria homossexualidade odiada. Bobby Joe Long, que tinha um X adicional (feminino) de cromossomos e por isso desenvolveu seios na puberdade;assassinou brutalmente prostitutas e mulheres que lembravam a promiscuidade de sua mãe.

Atualmente, há um debate sobre se os assassinos em série que são "inseguros" com relação a sua masculinidade são os assassinos mais cruéis, como se eles precisassem escavar e destruir o feminino existente dentro deles. Joel Norris escreveu que se "o assassino é especialmente selvagem no que diz respeito aos corpos de suas vítimas do sexo feminino, a polícia deve procurar evidências de traços físicos femininos no suspeito. Será que ele tem cabelos exageradamente bem cuidados .... seus traços são desproporcionalmente delicados? " No entanto, como Richard Tithecott aponta em seu livro "Of Men and Monsters: Jeffrey Dahmer e a Construção do serial killer", "A motivação dos assassinos em série é freqüentemente explicada em termos da necessidade de expelir: expulsar o feminino, para expulsar o homossexual .... A questão (e o problema), não é a masculinidade mas a feminilidade, ou melhor, a invasão de feminilidade dentro da masculinidade ". Tithecott passa a apontar que as qualidades femininas de alguma forma são as culpadas para a psicose do assassino, quando historicamente, quase todos os atos agressivos são masculinos por natureza. Esta segmentação do "feminino interno" nada mais é do que a tentativa do assassino em série de culpar a vítima.


Curiosidade mórbida e Canibalismo

Antes de começar a matança, muitos assassinos em série exibem uma fascinação com a morte. Isto em si não é incomum. Talvez, se por conta de suas personalidades antissociais o caminho do crime não fosse seguido, esses assassinos em série poderiam ter se tornado médicos, cientistas, agentes funerários, ou mesmo artistas. Gacy trabalhou em um necrotério, dormindo na sala de embalsamamento a sós com cadáveres, mas foi demitido após os cadáveres serem encontrados parcialmente despidos. Dennis Nilsen fingiu que era um cadáver e se masturbou no espelho para sua própria imagem morta. Quando jovem Berkowitz também ficou fascinado pelo mórbido: "Eu sempre tive um fetiche por assassinato e morte súbita, morte e derramamento de sangue sempre me atraiu", disse ele.

Jeffrey Dahmer, que amava a dissecação na aula de biologia, disse a um colega que ele abriu o peixe que ele pegou, porque "eu quero ver o que tem dentro, eu gostaria de ver como as coisas funcionam." Mais tarde, ele deu à polícia a mesma desculpa por ele ter cortado suas vítimas "para ver como eles funcionam." Seu advogado racionaliza sobre o canibalismo de Jeffrey, declarando que "ele comeu as partes do corpo, de modo que essas pobres pessoas que ele matou ficariam vivas nele". O canibalismo é uma forma literal de interiorização: em vez de dar espaço em seus corações para o que eles desejam, o canibal abre espaço em seu estômago para o que eles desejam. A fome metafórica de outra companhia torna-se uma fome literal. Muitos descrevem-no como uma maneira de incorporar o outro em si mesmo. Porque os psicopatas são incapazes de experimentar empatia e amor, esta forma crua e primitiva de ligação se torna um substituto revoltante.

Um exemplo particularmente horrível dessa noção de "amor que tudo consome" é o canibal japonês Issei Sagawa, que matou e comeu um estudante holandês. Ele lucidamente contou como ele cobiçava sua vítima: ". Minha paixão é tão grande que eu quero possuí-la, eu quero comê-la. Se eu fizer isso, ela será minha para sempre.". Sagawa hesitou quando descobriu algo em seu ventre: "Se ela tivesse vivido, teria de ter um bebê neste útero. O pensamento me deprimiu por um momento.". Mas Sagawa continuou.

Ed Gein confeccionou abajures com pele humana e crânios usados ​​para copos bebendo. Ele também fez roupas e pulseiras com partes dos corpos. Livros didáticos anatômicos não foram suficientes para satisfazer a sua curiosidade, levando o a roubar túmulos, e eventualmente a cometer assassinatos

quarta-feira, 28 de maio de 2014

ÚLTIMAS NOTÍCIAS! (24/05/2014 - 31/05/2014)


30/05/2014

- Segurança sem Violência: anunciadas medidas para melhorias no sistema prisional
Criação da Estratégia Nacional do Sistema Humanizado de Execução Penal (Enasep). Essa é uma das oito diretrizes anunciadas nesta quarta-feira, 28 de maio, em solenidade realizada no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). As orientações fazem parte do relatório do Grupo de Trabalho do Programa Segurança Sem Violência, composto por representantes de diversos órgãos ligados à justiça, e buscam o aperfeiçoamento do sistema prisional brasileiro.

Outra diretriz anunciada busca promover a assistência jurídica aos réus presos provisórios ou definitivos e agilizar a tramitação dos processos penais com réus provisórios ou definitivos. Para isso, uma das ações a curto prazo para atingi-las é a realização de mutirões carcerários conjuntos para verificar a situação processual dos presos provisórios, presos definitivos e pessoas em medida de segurança ou situação de vulnerabilidade.

As diretrizes foram apresentadas pelo conselheiro do CNMP Alexandra Saliba. As demais são: mecanismos de reintegração social das pessoas privadas de liberdade e egressos e mais mobilização da sociedade civil na ressocialização dos presos; aprimoramento da gestão pública do sistema prisional, bem como treinamento dos agentes penitenciários; construção e melhoria das condições carcerárias; incentivos fiscais ou compensações aos entes federados onde será localizado o estabelecimento penal; implementação de medidas alternativas à privação de liberdade; e alterações legislativas.

O relatório foi elaborado com base nos trabalhos desenvolvidos pelo grupo de trabalho do programa, formado por representantes do CNMP, Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Ministério da Justiça, Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conselho Nacional de Defensores Gerais (Condege) e Conselho Nacional de Secretários de Estado de Justiça, Cidadania, Direitos Humanos e Administração Penitenciária (Consej).

Solenidade - Durante o evento, o presidente do CNMP e procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que a observância aos direitos e às garantias fundamentais é imposta a todos, principalmente ao Estado. "Ao avocar para si o direito de punir, traz o Poder Público, igualmente, o dever de respeitar os demais dispositivos constitucionais, de forma que o cumprimento de pena sirva para o fim que lhe é destinado, qual seja, o de viabilizar a reinserção social daquele que na vida claudicou", afirmou.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também presente no evento, ressaltou que a questão do sistema prisional deve ser prioridade no Brasil. "O trabalho desenvolvido pelo 'Programa Segurança sem Violência' demonstra premissa de fundamental importância: a questão prisional é questão de Estado. E ações de Estado pressupõem todos os Poderes na mesa, dialogando, buscando soluções e equacionamento comuns, com metas e prazos. Temos de enfrentar a violência em conjunto dentro de um programa bem definido, como 'Segurança sem Violência'. O trabalho foi feito, as premissas foram lançadas. Cabe a nós sabermos cumprir os desafios que vêm pela frente".

O conselheiro Alexandre Saliba destacou que o "Programa Segurança sem Violência" mostrou hoje à sociedade as oito diretrizes que nortearam as atividades do grupo de trabalho nos últimos quatro meses, realizadas por meio da participação de membros do Ministério Público e do Poder Judiciário, advogados, juristas, organizações da sociedade civil, parlamentares e representantes do empresariado e coordenadores de projetos identificados como boas práticas.

Ele destacou a implantação do instituto jurídico do "plea bargaining", que é a abreviação do processo penal, realizada por meio da negociação entre acusação e réu no momento que antecede a instrução da ação penal sempre que os crimes forem apenados com até oito anos de reclusão.

Saliba salientou, ainda, a importância da criação da Estratégia Nacional do Sistema Humanizado de Execução Penal (Enasep), ação interinstitucional permanente para o imediato acompanhamento das metas estabelecidas no "Programa Segurança sem Violência". O conselheiro citou como exemplo bem-sucedido a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla). "A Enccla produziu bons frutos, como a edição da lei que trata da lavagem de dinheiro e a que se refere às organizações criminosas. Essas iniciativas só foram possíveis graças ao trabalho das instituições que fazem parte da estratégia".

Superlotação - Já a presidente do Conselho Nacional de Secretários de Estado da Justiça, Cidadania, Direitos Humanos e Administração Penitenciária (Consej), Maria Tereza Willy, destacou o aumento da população carcerária. Citou como exemplo o período de dezembro de 2012 a junho de 2013, quando o número de presos aumentou de 549 mil para 574 mil presos. "Aumento decorrente da violência e que gera a superlotacão. A superlotacão, por sua vez, dificulta o processo de ressocializacao; por isso, a necessidade de medidas conjuntas".

A presidente do Conselho Nacional de Defensores Públicos Gerais (CNDPG), Andrea Maria Alves Coelho, elogiou os resultados apresentados no relatório e reforçou a necessidade de haver parcerias e engajamentos, também, entre as instituições no estados.

O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinícius Furtado Coelho, chamou a atenção para a inexistência de políticas de ressocialização nos manicômios judiciários no país e pôs a OAB à disposição para implementar uma das diretrizes do "Programa Segurança sem Violência": assistência jurídica aos presos.

O conselheiro do CNJ Guilherme Calmon realçou a importância do trabalho desenvolvido nos últimos quatro meses pelo GT do "Programa Segurança sem Violência". "A atuação integrada entre os vários órgãos só tem a resultar em frutos muito produtivos. Destaco, especialmente, a criação da ENASEP, iniciativa que tende a avançar no acompanhamento das medidas e de outros projetos e ações que podem ser desenvolvidos."

Também participaram da solenidade os conselheiros do CNMP Jarbas Soares Júnior e Fábio George Nóbrega, além dos membros da Comissão de Trabalho do Programa: Claudia Chagas (MPDFT), Alexandre Raslan (CNMP), Flávio Caetano (Reforma do Judiciário), Luiz Carlos Resende (CNJ), Douglas de Melo e Renato de Vitto (Depen).

Programa Segurança sem Violência - Lançado em fevereiro de 2014 com o objetivo de desenvolver ações integradas para a melhoria do sistema prisional brasileiro, o programa é composto por representantes do CNMP, Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Ministério da Justiça, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conselho Nacional de Defensores Públicos Gerais e Conselho Nacional de Secretários de Estado de Justiça, Cidadania, Direitos Humanos e Administração Penitenciária.
Confira aqui a íntegra do relatório.
Fonte: Com informações do CNMP.


- Detento que limpa a própria cela não tem direito a remissão de pena, diz TJ-RS
Quem executa serviços de limpeza na própria cela não se beneficia com redução de pena. Afinal, o artigo 39, inciso IX, da Lei de Execução Penal, diz que constitui dever do preso manter a higiene pessoal e o asseio da cela ou alojamento. Os termos do dispositivo levaram a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul a manterdecisão que negou pedido de remissão feito por um preso que cumpre pena no presídio estadual de Jaguarão.
O juízo da vara de execuções local explicou que o detento só é beneficiado quando o serviço de limpeza é feito em área comum do presídio, e não na própria cela. No Agravo em Execução interposto no TJ-RS, a Defensoria Pública argumentou que a cela é ocupada por 20 detentos e apenas o autor da ação faz a limpeza do local. Por isso, entende a Defensoria, deve ser beneficiado.
Para a relatora do recurso na corte, juíza convocada Rosane Michels, não há previsão legal para que os presos tenham as penas remidas com serviços como a limpeza das celas que ocupam. "Cabe ao administrador do estabelecimento prisional aplicar as medidas administrativas cabíveis aos demais, de modo a preservar a limpeza e organização das celas", escreveu no acórdão, lavrado na sessão de 27 de maio.
Clique aqui para ler o acórdão. 
Fonte: Revista Consultor Jurídico



27/05/2014

- Brasil bate recorde histórico de homicídios
O Brasil quebrou um triste recorde: teve o maior número de pessoas mortas em um ano, segundo dados divulgados nesta terça-feira (27) no Mapa da Violência 2014, que compila dados de 2012. Ao todo, foram 56.337 mortes, o maior número desde 1980. O total supera o de vítimas no conflito da Chechênia, que durou de 1994 a 1996. 

É o dado mais atualizado de violência pelo Brasil e tem como base o Sistema de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, que registra as ocorrências desde 1980.

A taxa de homicídios também alcançou o patamar mais elevado, com 29 casos por 100 mil habitantes. O índice considerado "não epidêmico" pela Organização Mundial da Saúde é de 10 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes.

"As ações conjuntas entre Estados e a União para reduzir os homicídios são pontuais. Não existe um enfrentamento nacional, que abranja todas as esferas – municipal, estadual e federal", afirma Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador do estudo.

Para ele, a redução na violência no país passa pela realização de reformas na estrutura da segurança pública, "inclusive com mudanças na policia, no código penal e no sistema penitenciário".

A média nacional no número absoluto de homicídios cresceu 7% de 2011 a 2012. Roraima, Ceará e Acre foram as unidades da federação com maior aumento: 71,3%, 36,5% e 22,4%, respectivamente.

Apesar de ter reduzido sua taxa de homicídios por 100 mil habitantes, Alagoas ainda lidera o ranking no país com 64,6 casos por 100 mil habitantes, número semelhante ao registrado durante a Guerra do Iraque, de 2004 a 2007. A média nacional é de 29 casos por 100 mil.

Apenas cinco Estados tiveram queda nas taxas de homicídio: Espírito Santo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Santa Catarina e São Paulo possuem as menores taxas de homicídios por 100 mil habitantes: 12,8 e 15,1, respectivamente.

Veja a taxa de homicídio por 100 mil habitantes em cada Estado

Alagoas 63,3 

Espírito Santo 47,3 

Ceará 44,6 

Goiás 44,3 

Bahia 41,9 

Sergipe 41,8 

Pará 41,7 

Paraíba 40,1 

Distrito Federal 38,9 

Pernambuco 37,1 

Amazonas 36,7 

Amapá 35,9 

Roraima 35,4 

Rio Grande do Norte 34,7 

Mato Grosso 34,3 

Rondônia 32,9 

Paraná 32,7 

Rio de Janeiro 28,3 

Acre 27,5 

Mato Grosso do Sul 27,1 

Tocantins 26,2 

Maranhão 26 

Minas Gerais 22,8 

Rio Grande do Sul 21,9 

Piauí 17,2 

São Paulo 15,1 

Santa Catarina 12,8
Fonte: Mapa da Violência 2014

Mortes no trânsito
O número de mortos em acidentes de trânsito no país cresceu 38,3% no período de 2002 a 2012, de acordo com dados do Mapa da Violência 2014. Considerando o aumento populacional no período, o crescimento foi de 24,5%.
Fonte: Mapa da Violência/Site UOL



26/05/2014

- Justiça autoriza depoimento do pai de Bernardo com detector de mentiras
Decisão libera uso do equipamento na PASC, onde médico está preso.
Solicitação foi feita por Jader Marques, advogado do acusado do crime.


Uma decisão judicial acolhe um pedido para que o médico Leandro Boldrini, réu pela morte do filho Bernardo, de 11 anos, seja interrogado com um detector de mentiras por um policial. O equipamento poderá ser usado dentro da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC), onde ele está preso, em data ainda não divulgada.

Conforme o Tribunal de Justiça, a solicitação foi feita pelo advogado Jader Marques, defensor de Boldrini. O Ministério Público Estadual (MP) concordou com a solicitação, fato levado em consideração na decisão judicial.

O corpo de Bernardo, que tinha 11 anos, foi encontrado enterrado em 14 de abril em uma cova em um matagal no município de Frederico Westphalen, na Região Norte do Rio Grande do Sul, a cerca de 80 km de Três Passos, no Noroeste, onde o garoto morava. Acusados de homicídio, o pai da criança, a madrasta Graciele Ugulini e a amiga Edelvania Wirganovicz são réus no processo. O irmão de Edelvania, Evandro Wirganovicz é acusado de ocultação de cadáver. Os quatro estão presos.

Procurado pelo G1, o advogado de Leandro, Jader Marques, informou ainda desconhecer oficialmente a decisão e preferiu não comentá-la. No pedido protocolado na Justiça, a proposta do defensor era submeter o cliente ao teste para verificar a veracidade das informações prestadas.

Antes da conclusão do inquérito policial, a delegada Caroline Bamberg, responsável pelo caso, afirmou ter pedido a Marques que Leandro fosse submetido ao detector de mentiras. "Na época, não houve resposta da defesa", disse ela ao G1. No dia 21, o último suspeito preso pelos assassinatos, Evandro Wirganovicz, foi interrogado no Fórum de Três Passos com o uso do equipamento. Os resultados não são imediatos, pois dependem de perícias.

Evandro foi preso em Frederico Westphalen
(Foto: Fábio Pelinson/Jornal O Alto Uruguai)

Indiciamentos
O pai, a madrasta e a assistente social foram indiciados pelos crimes de homicídio qualificado, com os qualificadores "mediante paga ou promessa de recompensa, motivo fútil, meio insidioso, dissimulação e recurso que impossibilitou a defesa da vítima", conforme a polícia, e ocultação de cadáver.

Leandro Boldrini: atuou no crime de homicídio e ocultação de cadáver como mentor, juntamente com Graciele. Ele também auxiliou na compra do remédio Midazolan em comprimidos, fornecendo a receita azul. Leandro e Graciele arquitetaram o plano, assim como a história para que tal crime ficasse impune.
Graciele Ugulini: mentora e executora do delito de homicídio, bem como da ocultação do cadáver.
Edelvânia Wirganovicz: executora do delito de homicídio e da ocultação do cadáver.

Bernardo Boldrini morava em Três Passos, no RS
(Foto: Reprodução/RBSTV)

Entenda
Conforme alegou a família, Bernardo teria sido visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No domingo (6), o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.

No início da tarde do dia 4, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. Graciele trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.

"O menino estava no banco de trás do carro e não parecia ameaçado ou assustado. Já a mulher estava calma, muito calma, mesmo depois de ser multada", relatou o sargento Carlos Vanderlei da Veiga, do CRBM. A madrasta informou que ia a Frederico Westphalen comprar um televisor.

O pai registrou o desaparecimento do menino no dia 6, e a polícia começou a investigar o caso. Na segunda-feira, 14 de abril, o corpo do garoto foi localizado. De acordo com a delegada responsável pela investigação, o menino foi morto por uma injeção letal.
Fonte: G1. 26.05.2014.


- Países que reduziram maioridade penal não diminuíram a violência
Nos 54 países que reduziram a maioridade penal não se registrou redução da violência. A Espanha e a Alemanha voltaram atrás na decisão de criminalizar menores de 18 anos. Hoje, 70% dos países estabelecem 18 anos como idade penal mínima

Voltou à pauta do Congresso, por insistência do PSDB, a proposta de criminalizar menores de 18 anos via redução da maioridade penal.
De que adianta? Nossa legislação já responsabiliza toda pessoa acima de 12 anos por atos ilegais. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, o menor infrator deve merecer medidas socioeducativas, como advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviço à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade e internação. A medida é aplicada segundo a gravidade da infração.
Nos 54 países que reduziram a maioridade penal não se registrou redução da violência. A Espanha e a Alemanha voltaram atrás na decisão de criminalizar menores de 18 anos. Hoje, 70% dos países estabelecem 18 anos como idade penal mínima.

O índice de reincidência em nossas prisões é de 70%. Não existe, no Brasil, política penitenciária, nem intenção do Estado de recuperar os detentos. Uma reforma prisional seria tão necessária e urgente quanto a reforma política. As delegacias funcionam como escola de ensino fundamental para o crime; os cadeiões, como ensino médio; as penitenciárias, como universidades.
O ingresso precoce de adolescentes em nosso sistema carcerário só faria aumentar o número de bandidos, pois tornaria muitos deles distantes de qualquer medida socioeducativa. Ficariam trancafiados como mortos-vivos, sujeitos à violência, inclusive sexual, das facções que reinam em nossas prisões.

Já no sistema socioeducativo, o índice de reincidência é de 20%, o que indica que 80% dos menores infratores são recuperados.Nosso sistema prisional já não comporta mais presos. No Brasil, eles são, hoje, 500 mil, a quarta maior população carcerária do mundo. Perdemos apenas para os EUA (2,2 milhões), China (1,6 milhão) e Rússia (740 mil).

Reduzir a maioridade penal é tratar o efeito, e não a causa. Ninguém nasce delinquente ou criminoso. Um jovem ingressa no crime devido à falta de escolaridade, de afeto familiar, e por pressão consumista que o convence de que só terá seu valor reconhecido socialmente se portar determinados produtos de grife.

Enfim, o menor infrator é resultado do descaso do Estado, que não garante a tantas crianças creches e educação de qualidade; áreas de esporte, arte e lazer; e a seus pais trabalho decente ou uma renda mínima para que possam subsistir com dignidade em caso de desemprego.
Segundo o PNAD, o adolescente que opta pelo ensino médio, aliado ao curso técnico, ganha em média 12,5% a mais do que aquele que fez o ensino médio comum. No entanto, ainda são raros cursos técnicos no Brasil.

Hoje, os adolescentes entre 14 e 17 anos são responsáveis por consumir 6% das bebidas vendidas em todo o território nacional. A quem caberia fiscalizar? Por que se permite que atletas e artistas de renome façam propaganda de cerveja na TV e na internet? A de cigarro está proibida, como se o tabaco fosse mais nocivo à saúde que o álcool. Alguém já viu um motorista matar um pedestre por dirigir sob o efeito do fumo?

Pesquisas indicam que o primeiro gole de bebidas alcoólicas ocorre entre os 11 e os 13 anos. E que, nos últimos anos, o número de mortes de jovens cresceu 15 vezes mais do que o observado em outras faixas etárias. De 15 a 19 anos, a mortalidade aumentou 21,4%.
Portanto, não basta reduzir a maioridade penal e instalar UPPs em áreas consideradas violentas. O traficante não espera que seu filho seja bandido, e sim doutor. Por que, junto com a polícia pacificadora, não ingressam, nas áreas dominadas por bandidos, escolas, oficinas de música, teatro, literatura e praças de esportes?

Punidos deveriam ser aqueles que utilizam menores na prática de crimes. E eles costumam ser hóspedes do Estado que, cego, permite que dentro das cadeias as facções criminosas monitorem, por celulares, todo tipo de violência contra os cidadãos.

Que tal criminalizar o poder público por conivência com o crime organizado? Bem dizia o filósofo Carlito Maia: “O problema do menor é o maior.”
Por Frei Betto, do Pragmatismo Político
Fonte: Infodireito



25/05/2014

- Câmara aprova proibição de castigos físicos em crianças
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou nesta última quarta-feira (21/5) a redação final da proposta que estabelece o direito de crianças e adolescentes serem educados sem o uso de castigos físicos (PL 7672/10). A proposta, que vinha sendo chamada de Lei da Palmada desde que iniciou a sua tramitação, vai se chamar agora Lei Menino Bernardo.
O novo nome foi escolhido em homenagem ao garoto gaúcho Bernardo Boldrini, de 11 anos, que foi encontrado morto no mês passado, na cidade de Três Passos (RS). O pai e a madrasta são suspeitos de terem matado o garoto.

O projeto, que inclui dispositivos no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei8.069/90), será analisado agora no Senado.
Segundo a proposta, os pais ou responsáveis que usarem castigo físico ou tratamento cruel e degradante contra criança ou adolescente ficam sujeitos a advertência, encaminhamento para tratamento psicológico e cursos de orientação, independentemente de outra sanções. As medidas serão aplicadas pelo conselho tutelar da região onde reside a criança.
Além disso, o profissional de saúde, de educação ou assistência social que não notificar o conselho sobre casos suspeitos ou confirmados de castigos físicos poderá pagar multa de 3 a 20 salários mínimos, valor que é dobrado na reincidência.

Debate
A tentativa de votar a proposta começou na manhã desta quarta. A primeira sessão realizada na Comissão de Constituição e Justiça durou três horas e foi suspensa por falta de um acordo entre os parlamentares. O debate foi acompanhado pela ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, e pela apresentadora de TV Xuxa Meneghel, que defende a medida.
À tarde, após uma reunião na Presidência da Câmara, os parlamentares chegaram a um acordo e alteraram o texto para deixar claro o que seria considerado castigo físico.
O texto em discussão definia castigo físico como ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte em sofrimento ou lesão à criança ou adolescente. O relator da proposta, deputado Alessandro Molon (PT-RJ), apresentou uma emenda acrescentando a expressão sofrimento físico. Assim, a definição para castigo é a seguinte: ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte em sofrimento físico ou lesão à criança ou ao adolescente.

Negociação
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, participou da reunião da CCJ. Ele destacou o empenho de todos na aprovação da proposta. "Rendo homenagem a todos que colaboraram para esse entendimento. Os que eram contrários, os de oposição, os outros, a bancada evangélica que foi sensível às alterações feitas. Todos colaboraram para que haja esse clima de consenso, disse.
O deputado Alessandro Molon afirmou que as alterações no texto foram aprovadas por todos os partidos presentes na reunião com o presidente Henrique Alves."Havia uma impressão de que apenas a palavra sofrimento não traduzia aquilo que tinha sido debatido, aquilo que tinha sido decidido, acordado na comissão especial, explicou.

O coordenador da bancada evangélica que era contra a proposta , deputado João Campos (PSDB-GO), explicou que os deputados obstruíram a votação da matéria para que partes do texto que não estavam claras pudessem ser corrigidas, evitando assim insegurança jurídica em relação ao projeto.
"Achamos que a definição de castigo e de tratamento cruel era imprecisa. Quando se define que o castigo físico está associado à crueldade ou comportamento degradante, o projeto precisa ser mais explícito. E aqui não tinha espaço, não tinha ambiente para a gente tentar contribuir para melhorar esse texto, disse Campos.

Histórico
O projeto foi aprovado em 2011 por uma comissão especial da Câmara, que tinha como relatora a ex-deputada Teresa Surita (RR). O texto tramitava em caráter conclusivo e poderia ser remetido diretamente para o Senado, mas diversos deputados contrários à proposta tentaram levar o debate para o Plenário da Câmara.
Os parlamentares argumentavam que o texto interferia em direitos individuais dos pais e, por isso, deveria ser analisado também pelo Plenário. Foram apresentados vários recursos na Casa e até um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF), pelo deputado Marcos Rogério (PDT-RO), contra a Mesa Diretora da Câmara, que confirmou a tramitação conclusiva da matéria.

Nas últimas semanas, o projeto vinha sendo alvo de polêmicas em diversas reuniões da CCJ, impedindo a votação de outras propostas na comissão.
O projeto foi objeto de enquete, que contabilizou mais de 40 mil votos, e de um videochat promovido pela Coordenação de Participação Popular da Câmara dos Deputados.
FONTE: Agência Câmara