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terça-feira, 19 de abril de 2016

"É mentira dizer que a corrupção será derrotada com o Direito Penal"

Citado constantemente na jurisprudência penal brasileira, o ministro aposentado da Suprema Corte da Argentina Eugenio Raúl Zaffaroni não economiza frases de efeito. Não apenas pela fala simples e direta, mas pelo pensamento bem organizado. Com opiniões fortes, o jurista argentino falou com exclusividade à revista eletrônica Consultor Jurídico sobre questões atualíssimas na Justiça brasileira, como a delação premiada, a figura do juiz de instrução, a escalada do punitivismo e o combate à corrupção. 

Na Argentina, a delação premiada é traduzida pela figura do “arrependido”, segundo o Código Penal do país. Para o ministro aposentado da Suprema Corte do país, quem resolve colaborar com a Justiça em troca de benefícios como redução de pena é, sem meias palavras, um um psicopata, porque “não respeita sequer as regras da ética mafiosa para negociar a sua impunidade”. 

 Ainda assim, todas as garantias desse réu precisam ser respeitadas, pois a quebra das garantias em um processo pode coloca em risco todo procedimento. “Talvez, respeitando as garantias, algum corrupto possa fugir ou ficar impune. Mas, quebrando as garantias, suja-se todo o procedimento”. 

Ele conta que, na Argentina, órgãos de direitos humanos exigiram procedimentos extraordinários e lei especial para julgar quem cometeu crimes durante a ditadura militar argentina, nos anos 1970 e 1980, chamados por ele de “genocidas”. Zaffaroni explica que os juízes resistiram à pressão para os julgamentos não serem questionados depois pelos réus. “Eles foram condenados segundo o Código Penal, o Processo Penal, por juízes naturais e com garantia de defesa. O genocida preso não pode falar hoje que foi condenado por processo político.”

 Na opinião do criminalista, que esteve recentemente no Brasil para participar de um evento sobre garantia do direito de defesa organizado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, em Brasília, para se combater a corrupção seriamente é preciso melhorar o sistema institucional de controle, porque o Direito Penal entra em cena quando o crime já foi cometido. Para Zaffaroni, é mentira dizer que a corrupção vai ser derrotada com o Direito Penal, porque a punição do corrupto não vai acabar com a prática do crime.

 Leia a entrevista:

ConJur — Quais são os riscos das quebras das garantias constitucionais dos acusados? 

Raul Zaffaroni — Isso cria e reforça a suspeita de que houve manobra política. O criminoso, seja um genocida ou corrupto, deve ser condenado, respeitando-se as garantias para que não surjam dúvidas. Hoje, ninguém consegue desviar milhões e milhões em dinheiro, transferir grandes quantias em dólares sem deixar marcas, é impossível. Não é preciso meios extraordinários nem de quebra de garantias para punir quem cometeu crimes. 

ConJur — Como o senhor vê o que está acontecendo no Brasil atualmente em relação à operação “lava jato”? Aponta-se que algumas garantias processuais não estão sendo respeitadas. 

Raul Zaffaroni — É um erro, porque vai ficar a dúvida sobre a clareza do julgamento. Talvez, respeitando as garantias, algum corrupto possa fugir ou ficar impune. Mas, quebrando as garantias, suja-se todo o procedimento, esse é o grande problema. 

ConJur — A pressão é grande para que elas sejam quebradas, não? 

Raul Zaffaroni — Na Argentina, alguns órgãos de direitos humanos exigiam procedimentos extraordinários e lei especial para julgar os genocidas da ditadura militar. Defendemos que não poderíamos fazer isso. Eles foram condenados segundo o Código Penal, o Processo Penal, por juízes naturais e com garantia de defesa. O genocida preso não pode falar hoje que foi condenado por processo político. 

ConJur — Reduções ou até esquecimento dos direitos individuais são justificáveis para combater a corrupção? 

Raul Zaffaroni — Para combater a corrupção seriamente é preciso antes melhorar o sistema institucional de controle porque o Direito Penal sempre chega tarde, quando o dano já está feito. É como dizer que punindo o genocida, evita-se o genocídio. É justo punir o genocida e o corrupto, mas não vai prevenir a corrupção nem evitar o genocídio. É mentira dizer que a corrupção vai ser derrotada com o Direito Penal. 

ConJur — Qual é a opinião do senhor sobre a delação premiada? A figura do arrependido, como é chamada na Argentina. 

Raul Zaffaroni — Não é só um arrependido, é um criminoso relevante, porque quem faz a delação está no núcleo do esquema criminoso, não é um marginal que assinou alguma coisa ou que levou uma malinha. É também psicopata, porque não respeita sequer as regras da ética mafiosa para negociar a sua impunidade em troca de informações que não são confiáveis. 

ConJur — Existe atualmente uma escalada de punitivismo? 

Raul Zaffaroni — A escalada tem um pouco de terrorismo midiático e corresponde a um modelo de sociedade. Se quisermos ter uma sociedade 30% incluída e 70% excluída, precisamos punir mais, para conter os 70% que ficam de fora. Se nós pensarmos em uma sociedade mais ou menos inclusiva, com Estado de bem estar social, outro grau de punitivismo é aplicado. 

ConJur — O Processo Penal perdeu legitimidade? 

Raul Zaffaroni — Ele tem alguns problemas. Na Argentina, o Processo Penal permite detenções preventivas longas e possibilitando uma pena antecipada. A maioria dos presos está nessa situação. Não são condenados. Nesse sentido, acho que perdeu legitimidade. Um novo Código de Processo Penal argentino começará a valer no começo do próximo ano, talvez esses problemas sejam resolvidos. Existe hoje o juiz instrutor, que é uma figura fascista, napoleônica.

 ConJur — Por quê? 

Raul Zaffaroni — Alonga a instrução por cinco, seis anos. É incrível, mas acontece. Mesmo que o sujeito não esteja preso, estar sob processo durante muito tempo é um castigo. Ele não pode sair do país, cada vez que quiser, tem que pedir permissão. É um absurdo. 

ConJur — O juiz que participa da instrução pode participar do próprio julgamento do caso ? 

Raul Zaffaroni — Não, porque está apaixonado pelo seu trabalho. Ele fez a investigação, juntou as provas, tem a convicção de que o sujeito é um assassino, não pode julgá-lo de forma neutra. A instrução é um trabalho de paciência, é natural apaixonar-se pelo trabalho feito, pela obra realizada. 

ConJur — Por que surgem juízes justiceiros e midiáticos? 

Raul Zaffaroni — Pode ser uma patologia. Não são loucos, mas neuróticos. São atraídos pela possibilidade de fama, de entrar para a política, fazer discursos. 

ConJur — É bom para a democracia o Judiciário ser protagonista? 

Raul Zaffaroni — O Judiciário sempre é protagonista porque é um ramo do Estado. Cada julgamento, cada sentença é um ato de governo. O Judiciário é político nesse sentido. Outra coisa é partidarização, quando também assume uma atitude opositora ao governo ou até golpista. E tem também o problema do juiz que quer virar estrela. O Judiciário é como o bandeirinha e juiz em uma partida de futebol. Não é jogador, mas necessário, porque sem eles não há jogo. 

ConJur — O Direito Penal do Inimigo tem ganhado espaço nos tribunais? 

Raul Zaffaroni — Sempre temos aplicado. O inimigo é encontrado quando se vai à cadeia. A seletividade do sistema penal atinge as classes sociais mais vulneráveis, geralmente os presos são os mais pobres, que têm menos tempo de estudo e, portanto, praticam os crimes mais grosseiros, que são mais fáceis de ser descobertos. O sistema penal é seletivo sempre, é estrutural, no Brasil, Argentina ou China, no mundo todo. Fala-se muito em responsabilidade penal das pessoas jurídicas. É um risco, porque vai acabar castigando apenas a pequena e média empresa, o pequeno e médio empreendimento, que é mais vulnerável. 

ConJur — Porque as grandes empresas vão ter condições de se defender... 

Raul Zaffaroni — Os maiores são invulneráveis. Podemos estar criando um filtro que vai destruir os pequenos e médios empreendimentos, que são os maiores empregadores. 

ConJur — A sociedade contemporânea tem vontade de vingança? 

Raul Zaffaroni — O poder punitivo e o sistema penal canalizam a vingança, que faz parte da condição humana. A mídia, porém, exacerba a vingança, alimenta esse desejo. Os meios de comunicação monopolizados fazem parte de um modelo de sociedade excludente. Não estou falando de jornal, porque a cada dia lê-se menos. Falo da televisão, o grande monopólio televisivo, seja Rede Globo, Clarín, Azteca ou Televisa, que faz parte do capital transnacional pelo volume dos seus negócios. Esse modelo precisa ter um sistema punitivo forte como forma de contenção dos excluídos. Os meios de comunicação não têm culpa, o culpado é o Estado, que permite a formação dos monopólios. 

ConJur — O senhor poderia fazer uma comparação em relação a criminalidade na Argentina e no Brasil? 

Raul Zaffaroni — A realidade argentina de criminalidade violenta é menor, com um índice de homicídios de 7,5 por 100 mil. Mas há pequenas semelhanças, como a concentração de homicídios nas favelas, “villas misérias” como são chamadas lá, embora haja menos favelados do que no Brasil. 

ConJur — O discurso hermético de juízes e advogados esconde a falta de conhecimento técnico ou é intencional para não se comunicar com a sociedade? 

Raul Zaffaroni — É um dialeto cheio de eufemismos, as coisas mudam de nome. Algumas pessoas não falam assim por má vontade, aprenderam a falar esse dialeto e não sabem se comunicar de modo diferente. Outras aproveitam o dialeto para ocultar coisas. No tempo da inquisição, registrava-se nas atas que a declaração havia sido espontânea, mas ocultavam que tinha sido feita depois de tortura. Eu já invalidei declarações policiais que diziam “num espontâneo afã por confessar”. Era uma fórmula usada pela polícia na época da ditadura. A pessoa fez a declaração porque foi violentada. 

ConJur — O que o senhor acha da redução da maioridade penal? 

Raul Zaffaroni — Na Argentina querem reduzir de 16 anos para 14. Brinco que deve valer também para fetos, porque alguns são agressivos. Em Buenos Aires, há uma incidência baixa de homicídios cometidos por menores de 16 anos. É absolutamente irrelevante, mas existe a campanha pela redução. O regime militar reduziu a maioridade penal para 14 anos em 1976 e em 1980 teve que voltar atrás. 

Fonte: Revista Consultor Jurídico

sábado, 15 de agosto de 2015

O QUE É VITIMOLOGIA?

Pensando no último mito abordado pelo Blog- " Serial killers só matam Mulheres", achei pertinente passar para vocês vídeos esclarecedores e até didáticos à respeito da Vitimologia. Tentei encontrar vídeos que focassem mais nas vítimas de Serial killers, mas não encontrei. Mesmo assim, acredito que através desses vídeos e de alguns artigos que irei disponibilizar posteriormente, vocês poderão entender um pouco sobre esse estudo que veio da necessidade de compreender porque certas pessoas estão mais propensas a serem vitimizadas do que outras. Assistam tudo tendo em mente que para alguns serial killers, a escolha da vítima é baseada nas suas necessidades patológicas ou fantasias; e que o objetivo da Vitimologia não é responsabilizar a vítima, e sim disponibilizar uma ferramenta a mais para a compreensão e para a prevenção dos atos criminosos.

- Curso de Vitimologia com o professor Márcio Rodrigo Delfim




- ENTREVISTA COM O PROMOTOR LÉLIO BRAGA CALHAU

PARTE I




PARTE II



PARTE III



PARTE IV




PARTE V



PARTE VI




PARTE VII














quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

ENTREVISTA ‘Serial Killers não são doentes’, diz pedagoga autora de livro

Simone Silva explica o que a levou a traçar os perfis de 468 assassinos em série de todo o mundo

A pedagoga Simone Silva, 48, explica o que a levou a escrever um livro com o perfil de 468 serial killers em todo o mundo, incluindo mineiros como o maníaco de Contagem, na região metropolitana. Ela busca apoio para publicar a obra.


Como a pesquisa foi desenvolvida?
Para traçar o perfil dos personagens, usei alguns sites e publicações na mídia. Em relação a crimes e vitimologia – ramo da criminologia que estuda a personalidade das vítimas de crimes –, também usei como fontes livros de psicologia, biografias e trechos de entrevistas dos serial killers. Além disso, também conversei pessoalmente com o Marcos Antunes Trigueiro, o maníaco de Contagem, que está preso na Penitenciária Nelson Hungria, na mesma cidade.

Quantos são os serial killers no mundo?
No livro, apresento 468 perfis desses criminosos, mas existem muito mais, espalhados em vários países, a maior parte concentrada nos Estados Unidos.

E no Brasil?
No país, eu tracei o perfil de 150 personagens, residentes em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio Grande do Norte, entre outros Estados. A maioria dos serial killers brasileiros estão no Rio Grande do Sul.

Qual o perfil deles?
O termo “serial killer” indica aquela pessoa, homem ou mulher, que comete crimes em série, que matou ao menos duas pessoas. Podemos dizer também que eles sofreram algum trauma, agressão ou dificuldade financeira, em algum momento da vida, principalmente na infância. Foram minimizados ou humilhados. O fato de matar pessoas faz com que eles se sintam superiores e mais fortes. Muitos são frios, calculistas e não costumam desenvolver empatia e amor. Eles cometem os crimes para satisfazer desejos ou necessidades extremamente pessoais. São pessoas completamente articuladas e que se portam muito bem em sociedade, gostam de mostrar que estão no domínio. Enquanto estão cometendo os crimes, não mostram arrependimento, mas, quando são pegos, demonstram remorso e também devoção a Deus.

Existe uma idade para começar a matar?
Não. Geralmente, a maioria dos serial killers adultos são homens com idades entre 20 e 40 anos. Crianças a partir de 7 anos matam outras crianças. No Brasil, ainda não foi descoberto nenhum tipo de caso com crianças.

Podemos considerar uma doença?
Não, mas um impulso ou distúrbio. Se fosse doença, o serial killer não teria condições de viver socialmente. Eles têm momentos de fúria e um lado selvagem muito forte dentro deles, mas não são pessoas com doenças mentais.

Quais são os tipo de crimes mais comuns?
Estrangulamentos, uma forma de o serial calar a vítima. Geralmente, os que cometem esse tipo de crime foram impedidos de falar ou silenciados em algum momento.

Existe algum perfil para as vítimas?
Os serial killers preferem matar mulheres, mas há os que matam apenas homens, como é o caso do Vampiro de Niterói (no Rio de Janeiro), que tomava o sangue das vítimas, mas não matava meninas, pois achava que elas eram fracas. Há dois grupos de serial killers – os organizados, que planejam os crimes com os mínimos detalhes e escolhem cada vítima; e os desorganizados, que não planejam a ação nem escolhem a vítima, mas matam porque têm oportunidade. 

Como foi a entrevista com o maníaco de Contagem?
Após conseguir as autorizações necessárias, fui à penitenciária e falei com ele por cerca de três horas, sobre a vida e a infância dele. Durante todo esse tempo, ele não se mostrou agressivo, mas uma pessoa inteligente, articulada e educada.

O que falta para o livro se tornar realidade?
Apoio para imprimir os exemplares. A previsão é que a publicação custe R$18 mil. Pretendo conseguir a verba por meio do apoio de empresas. 

Qual a importância desta sua obra? 
Os perfis que descrevo podem ajudar na identificação de novos criminosos e ainda no entendimento sobre a forma de atuação dos serial killers.

Como ajudar

Contato. Quem se interessar no projeto e quiser ajudar pode entrar em contato com a pedagoga Simone Silva pelo e-mail simone.bete@hotmail.com. 

Cronograma. A tiragem inicial do livro será de 500 exemplares. A pedagoga informou que pretende lançar a publicação na segunda quinzena de janeiro de 2015.

Por Cíntia Ramalho

quarta-feira, 18 de junho de 2014

É possível ser o melhor amigo de um serial killer sem nunca desconfiar dele?

Lembra-se daquele rapazinho espertalhão da escola que arrancava as asas às moscas, incendiava caixotes do lixo e fazia xixi na cama? Pois bem, se ele perguntar por si no Friends Reunited (um site onde é possível procurar antigos colegas de escola) é melhor tentar passar despercebido. Há forte probabilidade de que ele o queira cozinhar vivo para satisfazer o seu apetite sexual. 


Esta é a teoria de Robert K. Ressler, agente especial do FBI, que trabalhou em diversos casos envolvendo os mais conhecidos ‘serial killers’ de todo o Mundo e continua a emprestar o seu talento a várias organizações policiais do planeta. Bundy, Dahmer, Manson, Sutcliffe podem parecer um quarteto de jogadores de uma qualquer equipa da Primeira Liga inglesa, mas o mais certo seria passarem o jogo a desmembrar os adversários e a comer os seus pedacinhos. Estes são apenas quatro dos excêntricos assassinos em série aos quais Ressler tem dedicado a sua vida a estudar e a tentar compreender. Enquanto inventor do ‘serial killing’ (no bom sentido), Ressler investigou e resolveu alguns dos mais sangrentos casos de múltiplos homicídios da história recente. O seu trabalho tem servido de inspiração para várias série de sucesso, como os ‘Ficheiros Secretos’. Aos 68 anos, Ressler continua a apanhar os maus da fita.

Como se tornou no maior especialista em ‘serial killing’? 
Robert K. Ressler - Estive 16 anos no departamento de Ciência do Comportamento do FBI a analisar todos os aspectos do crime violento. Para além de agente especial, estudei criminologia, padrões de crimes, casos de ofensas sexuais e homicídios. Levou-me a tentar compreender e estudar este tipo de pessoas. 

- A sua experiência como Inteligente do Exército preparou-o para lidar com a violência extrema? 
 Talvez. Estive na Ásia, ia e vinha do Vietname antes de ser recrutado para o FBI. Mas esse era um tipo de trabalho diferente. Não é algo que aprecie particularmente.

 - Definiu o termo ‘serial killer’. Porquê e quando?
 Estava no Reino Unido, no início da década de 70, para uma palestra sobre criminosos em série. Percebi a relação com aquilo a que nos Estados Unidos chamamos de homicídios múltiplos, e em vez de utilizar o termo ‘séries’ introduzi o ‘serial’. Nessa altura, os media referiam-se a todos os homicídios múltiplos como assassínios em massa. Quis encontrar um termo que designasse este tipo específico de assassino. 

- Conheceu todos os maiores ‘serial killers’ dos últimos quarenta anos. Têm algo em comum? 
Bem, são obviamente pessoas disfuncionais. Tendem a ser mais inteligentes que o criminoso comum, bastante enigmáticos e com desenvoltura social para convencerem toda a gente de que são normais. Passei horas a conversar com o Charles Manson, as pessoas normais não são assim tão interessantes. 

- Achou algum deles verdadeiramente assustador? 
 Alguns foram bastante assustadores, sobretudo os mentalmente mais perturbados. Chamo-os de assassinos desorganizados, normalmente canibais e mais psicóticos. O Jeffrey Dahmer, que matou e canibalizou 18 rapazes, disse-me coisas muito chocantes de uma forma bastante normal. 

- Há alguma coisa nas suas infâncias que forneça pistas sobre o rumo que tomaram? 
 Sim, a maioria embarca em fantasias violentas em tenra idade. Destruição das coisas, veia incendiária, molhar a cama e tortura de animais. Todas elas revelam um padrão comportamental que pode conduzir a algo bem mais sério. 

- E se manifestarem apenas três em quatro? 
Não é exato, claro, não é assim tão simples. As fantasias violentas são o maior sinal. 

- Como difere a motivação para matar? 
Pode tratar-se de uma necessidade de controlo que lhes tem faltado. Por vezes, é uma verdadeira necessidade de estabelecer relações. Algumas das vítimas de Dahmer eram homens com quem tivera relacionamentos. Foi apenas quando se preparavam para o abandonar que ele actuou. Alguns deles guardam os corpos das vítimas como companhia, devido à sua solidão. 

- Passam a vida a pensar em matar pessoas? 
Depende, mas há com certeza alguns que ficam tão obcecados com a ideia de matar que perdem a capacidade de se concentrarem em outros aspectos da sua vida, como o trabalho e por aí fora. As fantasias e planos roubam-lhes o tempo todo. 

- É possível ser um dos melhores amigos de um ‘serial killer’ sem nunca o suspeitarmos? 
 Sim, claro. O Ted Bundy mantinha relações íntimas com várias mulheres a quem nunca fez mal. Um ‘serial killer’ não mata todos os que se atravessam no seu caminho, é selectivo. Depende do que anda à procura numa vítima. Muitos são casados e têm famílias quando são apanhados, como o assassino de Green River. 

- Que percentagem deles pensa que são capturados? 
Bem, existem casos ainda em aberto em todo o Mundo mas eventualmente os criminosos acabam por denunciar-se. A ideia de que podem escapar da captura eternamente não é correta. 

- Pode desenvolver essa ideia? 
 Por vezes, à medida que envelhecem, a sua hostilidade amaina. O BTK (serial killer do Kansas conhecido como ‘Blind Terror Kill’) foi apanhado muitos anos depois do seu último crime. Na generalidade dos casos, quando chegam aos 50, a sua hostilidade abrandou, mas a maioria são presos ou executados. 

- Devem ser mortos ou mantidos vivos para efeitos de investigação? 
 Não se pode aprender nada com um ‘serial killer’ morto. Por outro lado, custa cerca de um milhão de dólares por ano manter um ‘serial killer’ depois de lhe ter sido destinada a pena de morte – devido a todas as apelações, recursos e por aí fora, que se podem arrastar durante vinte anos. Entendo que matá-los é bom para as famílias das vítimas, mas certamente que não vai impedir outros ‘serial killers’ de satisfazerem as suas fantasias. 

- Podem chegar a ser reintegrados na sociedade? 
 Claro que não. Devem ser mantidos permanentemente afastados da sociedade. Não há cura para o ‘serial killing’. 

- Consegue identificar um assassino só de olhar para ele? 
 Não, essa é uma ideia do século XIX que não faz grande sentido nos dias que correm. 

- E o tal ‘olhar assassino’? 
 Também não faz sentido. 

- Esteve envolvido no caso do estripador de Yorkshire?
 Sim, encontrei-me informalmente com algumas pessoas envolvidas no caso e a minha opinião virou-se muito para o Peter Sutcliffe. Idade, raça, sexo, posição social. Para além disso, deram-me a ouvir uma cassete alegadamente do violador, em que ele gozava com a polícia. Escutei-a e estava certo que não era dele, o que acabou por ser provado.

 - Sei que é professor convidado da Universidade de Dundee. Eu sou de Dundee. Há muitos ‘serial killers’ por lá? 
 (risos). Não, acho que não há problema. Dei algumas conferências. É uma cidade encantadora, visitei-a várias vezes. Não me parece que tenha que lá voltar em investigação.

 - Consegue descrever o seu maior sucesso? 
 Provavelmente foi em Omaha, no Nebraska, onde andavam a matar jovens rapazes. Desenhei o perfil de um homem com menos de 21 anos a viver fora de casa. Apanharam um tipo de 20 anos a viver numa base da força aérea. Também tinha morto um miúdo em Portland, no Maine. Só matara três pessoas, mas era um jovem, e teria morto muitas mais se não o tivessem apanhado nessa altura. 

- Como é que resolveu o assassinato de mais de 100 mulheres no México? 
Foram todas mortas entre meados dos anos 90 até há um par de anos. A mídia e a população em geral estavam convencidos que se tratava apenas de um ‘serial killer’. Analisando os vários casos, descobri que resultavam de diferentes assassinos, algumas até associadas a gangs. Quando lá cheguei apercebi-me que a maioria das mortes ocorrera em carreiras de autocarros. No final, prenderam vários condutores e membros de grupos, acusados da maioria dos crimes. 

- E Colin Ireland, que estrangulou cinco homens em Londres no início dos anos 90? 
 Mais uma vez envolvi-me informalmente no caso. O meu palpite acertou em cheio e, juntamente com o trabalho da polícia britânica, ele foi apanhado. Depois de ser preso, o assassino disse à imprensa começou a matar por ter lido o meu livro. 

- Sente-se de alguma forma responsável? 
 Repare, se alguém enveredar pelo ‘serial killing’, é natural que faça comparações. Já aconteceu antes. 

- Também é especialista em negociar resgates. O que se deve fazer se alguém nos fizer reféns? 
 Manter a calma. Não confrontar ou ameaçar a pessoa. Tentar relembrar-lhe que é um ser humano mencionando a família ou outros entes. 

- Acredita na síndroma de Stockholm, em que algumas pessoas ficam tão presas a outras que decidem levá-las como reféns? 
 Sim, não tenho dúvidas acerca disso. É um princípio de sobrevivência e vulnerabilidade. Essas pessoas acreditam que a sua sobrevivência depende do refém, daí que se sintam muito próximos dele.

 - Consta que também se interessa por violência no local de trabalho. Do que se trata? 
 Baseia-se no mesmo princípio. Roça o comportamento psicótico, revela paranóia, depressão e até tendências suicidas. 

- O seu trabalho serviu de inspiração para ‘O Silêncio dos Inocentes’ e ‘Dragão Vermelho’. Teria apanhado o assassino? 
 Bem, esperaria que sim. Foram bem feitos, mas passaram um pouco dos limites. Utilizaram bem grande parte do meu trabalho, exceptuando a ideia de porem um cadete do FBI a conduzir o caso, o que nunca aconteceria. 

- E os ‘Ficheiros Secretos’, como se envolveu na série? 
 Fizeram uma adaptação bastante literal do meu livro. Onde quer que fosse, toda a gente me perguntava sobre os ficheiros secretos, onde é que o FBI os guardava e se já os tinha visto. Tornou-se um bocado aborrecido. O programa não passava de ficção e era bastante ridículo em algumas partes. 

- E o ‘Cracker’, também recorreram ao seu trabalho. 
 Sim, gostei. Claro que acharam que o protagonista tinha que beber muito, jogar muito e viver no limite, mas esse não é de todo o meu caso. Acho que não deixaria grande trabalho se vivesse dessa forma. 

- Finalmente, quem matou JFK? 
 Isso aconteceu antes de eu entrar no FBI. Vi algum material sobre o caso ao longo dos anos, mas não tenho resposta para lhe dar. E se tivesse, provavelmente seria confidencial. 

O TOP 5 DE ROBERT RESSLER 

TED BUNDY - Vítimas: 28 - Paradeiro: morto, executado. - Bundy, o mais galante dos ‘serial killers’, matava mulheres depois de conquistar a sua confiança com a sua lábia. - A análise de Ressler: “encantador”.

 JOHN WAYNE GACY - Vítimas: 33 - Paradeiro: morto, executado. - O ‘palhaço assassino’ era um homem de família que adorava entreter as crianças em festas. Também gostava de matar homens. - A análise de Ressler: “imprevisível”. 

JEFFREY DAHMER - Vítimas: 18 - Paradeiro: morto, assassinado na prisão. - No seu auge, Dahmer fazia uma vítima por semana. Descobria homens em bares gay, drogava-os, estrangulava-os, violava-os e desmembrava-os. - A análise de Ressler: “assustador”. 

PETER SUTCLIFFE - Vítimas: 13 - Paradeiro: vivo, na prisão. - O estripador de Yorkshire espalhou o terror no Reino Unido durante a década de 70. - A análise de Ressler: “mau”. 

CHARLES MANSON - Vítimas: 7 - Paradeiro: vivo, na prisão. - Liderou um gang de hippies na Califórnia, que em 1969 seguiram um impulso assassino segundo eles ordenado pelos Beatles. Ironicamente, parece-se com Ringo Starr. - A análise de Ressler: “envolvente”.

Quando: 21 de Janeiro 2007
Por:Neil Forsyth / Planet Syndication

sexta-feira, 23 de maio de 2014

A última entrevista de Ted Bundy - [Legendado]


Ted Bundy concedeu uma entrevista a James Dobson, pouco antes dele ser executado em 24 de janeiro de 1989.

Para mais informações sobre entrevista de aniversário de Ted Bundy com o Dr. Dobson, visite CitizenLink.com para notícias, análises de especialistas e trechos da entrevista.

A Entrevista

Ted Bundy, um assassino em série infame, concedeu uma entrevista ao psicólogo James Dobson, pouco antes ele foi executado em 24 de janeiro de 1989. Nessa entrevista, ele descreveu a agonia de seu vício em pornografia. Bundy volta às suas raízes, explicando o desenvolvimento do seu comportamento compulsivo. Ele revela seu vício em pornografia hard-core e como ela alimentou os terríveis crimes que cometeu.

A estrada que leva a lugar nenhum
Quando Ted Bundy tinha treze anos, ele descobriu "revistas sujas" em um lixão perto de sua casa. Ele foi imediatamente cativado por eles. Com o tempo, Bundy se tornou mais e mais viciados em imagens violentas em revistas e vídeos. Ele pegou os chutes de ver mulheres sendo torturadas e assassinadas. Quando se cansou disso, havia apenas um lugar seu vício poderia ir - da fantasia à realidade.

Bundy, um bonito estudante de direito, inteligente, aprendeu a seduzir as mulheres em seu carro por várias formas de fraude. Ele colocava um elenco em seu braço ou perna, depois a pé através de um campus da universidade carregando vários livros. Quando ele viu um pé aluna interessante ou andando sozinho, ele "acidentalmente" cair os livros perto dela. A menina iria ajudá-lo recolhê-los e levá-los para o seu carro. Então ele iria seduzi-la ou empurrá-la para dentro do veículo, onde estava preso. Depois de ter molestado a menina ea raiva de paixão tinha passado, ela seria morta e Bundy seria jogar o corpo dela em uma região onde não seria encontrado por meses. Isso continuou por anos.

Até o momento ele foi preso, Bundy tinha matado pelo menos vinte e oito jovens mulheres e meninas em atos horríveis demais para contemplar. Ele finalmente foi condenado e sentenciado à morte por ter matado uma menina de doze anos de idade e jogando seu corpo em um chiqueiro. Depois de mais de dez anos de recursos e manobras legais, um juiz deu a ordem para a execução de Bundy. Naquela semana, ele pediu um advogado para me e pedido para que eu venha a Prisão Estadual da Flórida para uma entrevista final chamar.

Quando cheguei, eu descobri uma atmosfera de circo fora da prisão. Adolescentes carregavam cartazes dizendo "Burn, Bundy, Burn" e "Você Está Morto, Ted." Também no meio da multidão eram mais de 300 jornalistas que tinham vindo para obter uma reportagem sobre últimas horas do assassino, mas não quis falar Bundy a eles. Ele tinha algo importante a dizer, e ele acreditava que a mídia não se podia confiar para denunciá-lo com precisão. Portanto, fui convidado para trazer uma equipe de filmagem para gravar suas últimas observações da morte.

Eu nunca vou esquecer essa experiência. Eu passei por sete portas de aço e detectores de metal tão sensíveis que o meu prendedor de gravata e as unhas em meus sapatos eram o suficiente para disparar um alarme. Finalmente, cheguei a uma câmara interna onde Bundy e eu estávamos a cumprir. Ele foi trazido, strip-pesquisado, e, em seguida, cercada por seis guardas da prisão, enquanto ele falou comigo. No meio da nossa conversa, as luzes de repente ficou fraca.

Ted disse: "Espere um momento, e eles virão novamente."

Eu não tinha percebido até mais tarde do que tinha acontecido. O prisioneiro sabia que seus executores estavam testando a cadeira elétrica que levaria a sua vida na manhã seguinte.

Ted Bundy queria dizer ao mundo sobre pornografia
O que foi que Ted Bundy estava tão ansioso para dizer? Ele sentia que devia isso a sociedade para alertar sobre os perigos da pornografia hard-core e explicar como ele o levou a matar tantas mulheres e meninas inocentes. Com lágrimas nos olhos, ele descreveu o monstro que tomou posse dele quando ele tinha bebido. Sua mania de matar sempre foi inflamado pela pornografia violenta. Citado abaixo é uma transcrição editada da conversa que ocorreu apenas 17 horas antes de Ted foi levado para a cadeira elétrica.

James C. Dobson: Trata-se de 2:30 da tarde. Está programado para ser executado amanhã de manhã às 7:00, se você não receber outra estadia. O que está acontecendo com sua mente? Que pensamentos você teve nesses últimos dias?

Ted: Eu não te miúdo dizer que é algo que eu sinto que estou no controle ou que chegar a um acordo com ele. É uma coisa de momento a momento. Às vezes, eu me sinto muito tranquilo e outras vezes eu não me sinto tranquilo em tudo. O que está passando pela minha mente agora é usar os minutos e horas que me restam como frutuosa possível. Ela ajuda a viver o momento, na essência que podemos usá-lo de forma produtiva. Agora eu estou me sentindo calmo, em grande parte, porque eu estou aqui com você.

JCD: Para registro, você é culpado de matar muitas mulheres e meninas.

Ted: Sim, isso é verdade.

JCD: Como isso aconteceu? Leve-me de volta. Quais são os antecedentes do comportamento que nós vimos? Você foi criado no que você considera ser um lar saudável. Você não era física, sexual ou emocionalmente abusada.

Ted: Não. E isso é parte da tragédia de toda esta situação. Eu cresci em uma casa maravilhosa com dois pais dedicados e amorosos, como um dos cinco irmãos e irmãs. Nós, como crianças, foram o foco da vida de minha mãe. Participamos regularmente a igreja. Meus pais não beber ou fumar ou jogar. Não houve abuso físico ou luta em casa. Eu não estou dizendo que foi "Leave it to Beaver", mas era uma multa, lar cristão sólido. Espero que ninguém vai tentar tomar o caminho mais fácil de isso e acusar minha família de contribuir para isso. Eu sei, e eu estou tentando dizer a você o mais honestamente que eu sei, o que aconteceu.

Como um jovem garoto de 12 ou 13, eu encontrei, fora de casa, nos supermercados e locais de drogas, pornografia softcore. Os rapazes explorar os lados e caminhos de seus bairros, e em nosso bairro, as pessoas iriam despejar o lixo. De tempos em tempos, nós iria se deparar com livros de natureza mais difícil - mais gráfica. Isso também incluiu revistas policiais, etc, e eu quero enfatizar isso. O tipo mais prejudicial de pornografia - e eu estou falando de experiência pessoal difícil, de verdade - é que que envolve violência e violência sexual. O casamento dessas duas forças - como eu conheço muito bem - provoca comportamento que é terrível demais para descrever.

JCD: Caminhada me por isso. O que estava acontecendo em sua mente naquele momento?

Ted: Antes de irmos mais longe, é importante para mim que as pessoas acreditam que eu estou dizendo. Não estou culpando a pornografia. Eu não estou dizendo que me levou a sair e fazer certas coisas. Assumo total responsabilidade por todas as coisas que eu fiz. Essa não é a questão aqui. A questão é como esse tipo de literatura contribuíram e ajudaram a moldar e dar forma aos tipos de comportamento violento.

JCD: Ele alimentou suas fantasias.

Ted: No início, ele alimenta esse tipo de processo de pensamento. Então, em um determinado momento, é fundamental para cristalizar-lo, tornando-o em algo que é quase uma entidade separada dentro.

JCD: Você tinha ido tão longe como você poderia ir em sua própria vida de fantasia, com material impresso, fotos, vídeos, etc, e, em seguida, houve a necessidade de dar esse passo ao longo de um evento físico. Ted: Uma vez que você se torna viciado nisso, e eu olho para isso como uma espécie de vício, você olha para mais explícitas mais potentes tipos, e mais gráficos de material. Como um vício, você fica desejando algo que é mais difícil e lhe dá uma maior sensação de excitação, até chegar ao ponto em que a pornografia só vai tão longe - que saltar fora do ponto onde você começa a pensar que talvez realmente fazê-lo dará a você que que é um pouco além de ler sobre isso e olhar para ele.

JCD: Quanto tempo você ficou nesse ponto antes de você realmente agredido alguém?

Ted: Um par de anos. Eu estava lidando com inibições muito fortes contra o comportamento criminoso e violento. Isso tinha sido condicionado e criado dentro de mim do meu bairro, meio ambiente, igreja e escolas.

Eu sabia que era errado pensar sobre isso e, certamente, a fazer era errado. Eu estava no limite, e os últimos vestígios de contenção estavam sendo testados constantemente, e atacou através do tipo de vida de fantasia que foi alimentado, em grande parte, pela pornografia.

JCD: Você se lembra o que você empurrado sobre essa vantagem? Você se lembra da decisão de "go for it"? Você se lembra onde você decidiu jogar a precaução ao vento?

Ted: É uma coisa muito difícil de descrever - a sensação de chegar a esse ponto onde eu sabia que eu não podia controlá-lo mais. As barreiras que eu tinha aprendido quando criança não eram o suficiente para me impedir de procurar e prejudicar alguém.

JCD: Seria correto chamar que um frenesi sexual?

Ted: Essa é uma maneira de descrevê-lo - uma compulsão, uma edificação desta energia destrutiva. Outro fato que eu não mencionei é o uso de álcool. Em conjunto com a minha exposição à pornografia, o álcool reduziu minhas inibições ea pornografia corroeu ainda mais.

JCD: Depois que você cometeu seu primeiro assassinato, qual foi o efeito emocional? O que aconteceu nos dias depois disso?

Ted: Mesmo depois de tantos anos, é difícil falar. Revivendo-lo através de falar sobre isso é difícil dizer o mínimo, mas eu quero que você entenda o que aconteceu. Foi como sair de algum transe horrível ou sonho. Eu só posso compará-lo a (e eu não quero dramatizar ele) que está sendo possuído por algo tão horrível e estranha, e na manhã seguinte acordar e lembrar o que aconteceu e perceber que, aos olhos da lei, e, certamente, no olhos de Deus, você é responsável. Para acordar de manhã e perceber que eu tinha feito com uma mente clara, com todos os meus sentimentos morais e éticos essenciais intactos, absolutamente me horrorizava.

JCD: Você não sabia que você era capaz disso antes?

Ted: Não há maneira de descrever o desejo brutal de fazer isso, e uma vez que tenha sido satisfeito, ou passou, e que o nível de energia recua, tornei-me a mim mesmo novamente. Basicamente, eu era uma pessoa normal. Ted: Eu não era um cara sair em bares, ou um vagabundo. Eu não era um pervertido no sentido de que as pessoas olham para alguém e dizer: "Eu sei que há algo errado com ele." Eu era uma pessoa normal. Eu tive bons amigos. Eu levava uma vida normal, com exceção de um presente, pequeno, mas muito potente e destrutivo segmento que eu guardei muito segredo e perto de mim. Aqueles de nós que foram tão influenciados pela violência na mídia, particularmente a violência pornográfica, não são uma espécie de monstros inerentes. Nós somos seus filhos e maridos. Nós crescemos em famílias regulares. A pornografia pode alcançar e agarrar um garoto de qualquer casa hoje. Ele me arrancou da minha casa de 20 ou 30 anos atrás. Como diligente como meus pais eram, e eles foram diligentes na proteção de seus filhos, e como um bom lar cristão como nós tivemos, não há proteção contra os tipos de influências que estão soltos em uma sociedade que tolera ....

JCD: Fora destas paredes, há várias centenas de jornalistas que queriam falar com você, e você me pediu para vir, porque você tinha algo que você queria dizer. Você sente que a pornografia hardcore, ea porta para ele, a pornografia softcore, está fazendo danos incalculáveis ​​para as outras pessoas e fazendo com que outras mulheres sejam abusadas e mortas da maneira que você fez.

Ted: Eu não sou nenhum cientista social, e não tenho a pretensão de acreditar que John Q. Citizen pensa sobre isso, mas eu vivi na prisão por um longo tempo agora, e eu conheci um monte de homens que eram motivados a cometer violência. Sem exceção, cada um deles estava profundamente envolvido com pornografia - profundamente consumidos pelo vício. Estudo do próprio FBI no homicídio de série mostra que o interesse mais comum entre os assassinos em série é pornografia. É verdade.

JCD: Qual seria a sua vida sem ter sido como que influência?

Ted: Eu sei que teria sido muito melhor, não só para mim, mas para um monte de outras pessoas - vítimas e famílias. Não há dúvida de que ela teria sido uma vida melhor. Estou absolutamente certo de que não teria envolvido esse tipo de violência.

JCD: Se eu fosse capaz de fazer o tipo de perguntas que estão sendo feitas, um seria, "Você está pensando em todas essas vítimas e suas famílias, que são tão feridos? Anos mais tarde, suas vidas não são normais. Eles nunca será normal. Existe remorso? "

Ted: Eu sei que as pessoas vão me acusar de ser egoísta, mas por meio da ajuda de Deus, eu tenho sido capaz de chegar ao ponto, muito tarde, onde posso sentir a dor ea dor que eu sou responsável por. Sim. Absolutamente! Durante os últimos dias, eu e um número de investigadores temos falado sobre casos não resolvidos - assassinatos eu estava envolvido dentro É difícil falar sobre todos estes anos mais tarde, porque reaviva todos os sentimentos terríveis e pensamentos que eu tenho firmemente e diligentemente tratado - Acho sucesso. Foi reaberto e eu senti a dor eo horror do que isso.

Espero que aqueles que eu causei tanta dor, mesmo se eles não acreditam que a minha expressão de tristeza, vai acreditar no que eu estou dizendo agora; há aqueles soltos nas suas cidades e comunidades, como eu, cujos impulsos perigosos estão sendo abastecidos, dia sim, dia não, pela violência nos meios de comunicação em suas diversas formas de violência - especialmente sexualizada. O que me assusta é quando eu ver o que está na TV a cabo parte da violência nos filmes que entram em casas de hoje é uma coisa que eles não mostram nos cinemas adultos X-rated 30 anos.

JCD: Os filmes de terror?

Ted: Essa é a violência mais gráfica na tela, especialmente quando as crianças estão sem supervisão ou sem saber que eles poderiam ser um Ted Bundy; que eles poderiam ter uma predisposição a esse tipo de comportamento.

JCD: Um dos assassinatos cometidos finais você tinha 12 anos de idade, Kimberly Leach. Eu acho que o clamor público é maior porque há uma criança inocente foi tirada de um parque infantil. O que você sentiu depois disso? Eram as emoções normais depois disso?

Ted: Eu não posso falar sobre isso agora. É muito doloroso. Eu gostaria de ser capaz de transmitir a você o que a experiência é como, mas eu não vou ser capaz de falar sobre isso. Eu não posso começar a entender a dor que os pais dessas crianças e mulheres jovens que eu ter prejudicado sensação. E eu não posso restaurar muito a eles, se qualquer coisa. Eu não vou fingir, e eu nem sequer esperar que eles me perdoar. Eu não estou pedindo para ele. Esse tipo de perdão é de Deus; se eles têm, eles tem, e se não o fizerem, talvez eles vão encontrá-lo algum dia.

JCD: Você merece a punição o Estado tem infligido a você?

Ted: Essa é uma pergunta muito boa. Eu não quero morrer; Eu não vou te miúdo. Eu mereço, certamente, a sociedade punição mais extrema tem. E eu acho que a sociedade merece ser protegida de mim e de outros como eu. Isso é certo. O que eu espero vai vir da nossa discussão é que eu acho que a sociedade merece ser protegida de si mesma. Como temos vindo a falar, há forças em solto neste país, especialmente este tipo de pornografia violenta, onde, de um lado, pessoas bem-intencionadas que condenam o comportamento de um Ted Bundy, enquanto eles estão passando por uma revista rack completo dos próprios tipos de coisas que enviam crianças jovens no caminho para serem Ted Bundys. Essa é a ironia.

Estou falando de ir além retribuição, que é o que as pessoas querem de mim. Não há nenhuma maneira no mundo que me matando vai restaurar essas crianças lindas aos seus pais e corrigir e aliviar a dor. Mas existem muitas outras crianças brincando nas ruas em todo o país hoje que vão ser morto amanhã, e no dia seguinte, porque outros jovens estão lendo e vendo os tipos de coisas que estão disponíveis nos meios de comunicação hoje.

JCD: Há um tremendo cinismo sobre você do lado de fora, eu acho, por uma boa razão. Eu não tenho certeza que há qualquer coisa que você poderia dizer que as pessoas acreditam, mas você me disse (e eu ouvi isso através de nosso amigo em comum, John Tanner) que você aceitou o perdão de Jesus Cristo e é um seguidor e crente nEle . Você tira força de que à medida que se aproxima destas últimas horas?

Ted: eu faço. Eu não posso dizer que estar no Vale da Sombra da Morte é algo que eu me tornei tudo que acostumados, e que eu sou forte e nada está me incomodando. Não é divertido. Ele fica meio solitário, mas eu tenho que me lembrar que cada um de nós vai passar por isso um dia, de uma forma ou de outra.

JCD: É nomeado para o homem.

Ted: Incontáveis ​​milhões que já caminharam sobre a Terra antes de nós já passaram por isso, assim que esta é apenas uma experiência todos nós compartilhamos.

Ted Bundy foi executado às 7h15 do dia depois dessa conversa foi gravada.

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