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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Especialista alerta que atendimento às vítimas de abuso sexual deve ser mais cuidadoso


Quando começou sua carreira como terapeuta e pesquisador em abuso sexual de crianças e adolescentes, o norte-americano Chris Newlin não imaginava que as vítimas eram tão mal tratadas pelo próprio sistema de Saúde e Judiciário do país, ao ponto de se arrependerem de terem feito a denúncia. Esta experiência o motivou a trabalhar por um melhor atendimento de crianças e adolescentes e seus familiares, a partir da denúncia. Há seis anos trabalhando como diretor-executivo do Centro Nacional de Defesa da Infância nos Estados Unidos (National Children’s Advocacy Center’s Forensic Interviewing of Children – NCAC), ele promove treinamentos para os profissionais que colhem o depoimento especial de vítimas ou testemunhas de violência sexual infantil. Em sua avaliação, é fundamental que o governo ofereça todo tipo de assistência multidisciplinar de forma amigável para não provocar novos traumas.

Recentemente, Chris esteve no Brasil onde ofereceu treinamento para profissionais que trabalham com casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes, em um evento promovido pela Childhood Brasil, com apoio do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, como abordado aqui.

Quando você começou a trabalhar com crianças vítimas de abuso sexual e qual seu interesse neste tema?Comecei minha carreira como terapeuta e pesquisador em abuso sexual de crianças, mas fui particularmente impactado com o que ouvia dos meus pacientes naqueles primeiros dias. Quase todos relataram que o sistema não os atendia de forma amigável nos casos de suspeita de abuso, e, frequentemente causava um trauma adicional. Muitas vezes, isso os levou a dizer que eles desejariam nunca ter revelado o abuso. Como resultado destas experiências, eu fiquei motivado a trabalhar nos estágios iniciais dos relatos de casos de suspeita e o modelo de funcionamento do CAC foi o lugar perfeito para realizar esta mudança.

A instituição foi criada em 1985, quando o promotor Bud Cramer, que também foi congressista nos Estados Unidos, organizou um efetivo para desenvolver um sistema mais eficiente para ajudar as crianças vítimas de abuso sexual. Aqui, no Centro de Defesa da Criança, os profissionais se concentram na investigação do abuso sexual de crianças e adolescentes e na intervenção, com uma equipe que gerencia supostos casos por meio do processo penal e que oferece apoio médico, terapêutico e outros serviços para a vítima e seus familiares.

Como nós podemos proteger nossas crianças contra os maus tratos e a violência doméstica e erradicar o abuso sexual para termos um futuro próspero?
Esta é uma questão muito complexa e exige resposta ainda mais sofisticada. Nós ainda estamos trabalhando para identificar tudo que for necessário para alcançar esta meta, mas tenho a firme convicção de que o trabalho dos Centros de Defesa da Criança é um componente-chave para atingir este objetivo. Dentro do modelo do CAC, nós fornecemos uma resposta favorável à criança ou adolescente vítima de abuso, ao cobrir integralmente o apoio, com exames médicos e serviços, proporcionando a defesa da criança e seus familiares, além de acompanhamento na área da saúde mental para ajudar na recuperação das crianças.

Nós também devemos continuar a educar o público em geral para compreender a significativa predominância de casos de abuso sexual na sociedade e nos tornarmos motivados a agir em nome de nossas crianças e adolescentes. Quando alguém pensa em defender o seu país, deveria começar por proteger as crianças.

O senhor considera que as crianças representam um recurso potencial e esperança para o futuro; como explica que elas continuam sem voz?
O bem estar e a proteção de nossas crianças não são apenas sinais de uma sociedade civil, mas também indicadores importantes para o futuro do nosso País. Os últimos 40 anos nos levaram a uma mudança de como as crianças são vistas em todo o mundo, porque reconhecemos que elas possuem os direitos humanos fundamentais, incluindo o de viverem livres de qualquer abuso. Como ainda estamos em uma fase de transição, todos os países são desafiados a ajudar no desenvolvimento de sistemas de cuidados para a plena realização deste sonho, com a competência profissional necessária para apoiar este sistema. Nós devemos continuar a educar a sociedade sobre isso, porque a proteção das crianças e adolescentes é responsabilidade de todos nós.
Fonte: Childhood Brasil - 25/04/2012

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