Eles tinham saído de igreja e estavam em lanchonete quando foram baleados.
Essa foi a 28ª condenação do vigilante, que responde a mais de 30 crimes.
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| Tiago Henrique foi condenado a mais de 46 anos por morte de adolescentes (Foto: Vitor Santana/G1) |
O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 28 anos, considerado serial killer de Goiânia, foi condenado nesta quarta-feira (15) a 46 anos e oito meses pela morte de dois adolescentes em uma lanchonete de Goiânia. Mateus Henrique Rodrigues de Moraes, de 13 anos, e Karine dos Santos Farias, de 15 foram assassinados após sair da igreja. Essa foi a 28º condenação do réu, que responde a mais de 30 homicídios.
O réu foi condenado por dois homicídios qualificados, por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas. Pela morte de Mateus, Tiago foi condenado a 26 anos e 8 meses. A pena foi alta devido ao fato da vítima ter menos de 14 anos. Já pela morte de Karine, ele foi sentenciado a 20 anos de prisão.
O juiz Jesseir Coelho de Alcântara considera que o caso do vigilante é um marco, pois já ultrapassou 600 anos de condenação. Porém, não considera as leis totalmente justas. “Há uma incongruência da lei brasileira, pois ele pode pegar quantos anos forem, matar quantas pessoas for, que ele só vai cumprir 30 anos. Se pegarmos o número de vítimas e a pena que ele vai cumprir, ele vai cumprir cerca de um ano por vítima ou até menos”, disse.
Os adolescentes foram mortos a tiros no dia 27 de julho de 2014, enquanto estavam em uma lanchonete no Setor Leste Universitário. Eles tinham acabado de sair de uma igreja e estavam sentados, quando foram baleados pelas costas. O rapaz morreu na hora. Já a garota chegou a ser socorrida, mas também não resistiu.
Na época do crime, Tiago Henrique confessou o crime à Polícia Civil. Depois da conclusão das investigações, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) o denunciou por duplo homicídio qualificado por motivo torpe e utilização de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.
Julgamento
No julgamento, as testemunhas do crime não conseguiram reconhecer se o serial killer foi ou não o mesmo homem que apareceu na lanchonete e atirou contra os adolescentes. O guarda civil metropolitano Daniel Antônio da Silva contou que estava no estacionamento da igreja quando os homicídios aconteceram. "As características da motocicleta ficaram mais vivas que a pessoas. Eu lembro só que era um homem pelo porte físico", contou.
O guarda também explicou que chegou a sacar a arma para tentar reagir, mas, como estava longe e tinham muitas pessoas nas proximidades, não teve como reagir tão rápido. "Ouvi os disparos, fui ver o que era e vi ele saindo calmamente", completou.
Já a comerciante Mara Cristina Rodrigues dos Santos, que trabalhava na lanchonete no dia do crime, também disse que não conseguiu reconhecer o criminoso. "Eu vi um homem chegando e sacando a arma. Na hora eu abaixei, não vi o rosto, só do pescoço para baixo, e avisei meu irmão. Não v a hora do crime, só ouvi os tiros", disse.
Ao ser chamado para prestar esclarecimentos pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, que preside o júri popular, Tiago Henrique disse que ficaria em silêncio e não responderia a perguntas.
Antes do início do júri popular, a defensora pública Ludmila Fernandes Mendonça disse que a estratégia da defesa seria a mesma dos casos anteriores. “Pedimos a inimputabilidade ou semi-imputabilidade e a retirada da qualificadora de motivo torpe”, disse.
Para o promotor João Telles de Moura Neto, que fez a acusação no julgamento, não há dúvidas sobre a autoria do crime. “Como nos demais o modo de agir foi o mesmo. De maneira repentina e surpreendendo as vítimas. Ele agiu de maneira desmotivada, e sem defesa para as vítimas, que foram pegas de surpresa”, afirmou.
Crimes
O vigilante é apontado como responsável por mais de 30 assassinatos. No último dia 15 de dezembro, ele foi condenado pela morte do morador de rua Marcos Aurélio Nunes da Cruz, de 34 anos.
Dos 28 julgamentos de Tiago, ele foi condenado em 26. Em outras duas situações, ele foi inocentado. O vigilante também já foi condenado pela Justiça a 12 anos e 4 meses de prisão em regime fechado por ter assaltado duas vezes a mesma agência lotérica do Setor Central, na capital goiana. Até agora, as penas somadas chegam a 631 anos de prisão.
Fonte: G1/GO
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