3° dia: Anna Carolina chega ao fórum
São Paulo – Anna Carolina Jatobá chegou por volta das 8h37 de hoje ao Fórum de Santana, no bairro do Limão, zona norte de São Paulo, para o terceiro dia de julgamento do caso Isabella. O veículo que fez o transporte da acusada de matar a menina no dia 29 de março de 2008 – junto com Alexandre Nardoni – entrou novamente pela lateral do prédio, assim como nos dois primeiros dias de sessão.
Ana carolina saiu por volta das 8h15 da Penitenciária Feminina do Carandiru, na zona norte da cidade, onde pernoitou. A escolta trazendo Alexandre Nardoni, que passou a segunda noite no Centro de Detenção provisória de Pinheiros, na zona oeste, ainda não havia chegado ao fórum por volta das 8h40.
Descontados os intervalos, o julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá no Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo, já dura mais de 22 horas. De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça, o julgamento teve início às 14h17 de segunda-feira (22). O primeiro dia do júri terminou às 21h50. O segundo dia de julgamento começou às 10h15 e terminou às 19h30. O terceiro dia, nesta quarta-feira, começou novamente às 10h15 e ainda não tem horário para terminar, embora o TJ determine como limite o horário das 21h.
Perita utiliza telão para mostrar resultados de exames de DNA
Duarante seu depoimento, nesta quarta-feira (24), a perita criminal Rosângela Monteiro, do Instituto de Criminalística (IC) mostrou em um telão os exames de DNA feitos no material recolhido do carro do casal Nardoni.
Rosângela confirmou que foi encontrado material genético de Anna Jatobá, de Isabella e de uma pessoa do sexo masculino – que ela deduz ser de um dos filhos do casal. Dos 15 alelos necessários para comprovar que se o sangue era de Isabella, 8 foram positivos, porém para afirmar com 100% de segurança são necessários os 15 pela lei brasileira. Nos EUA, por exemplo, já ocorreram casos onde foi considerado positivo sangue de uma pessoa com apenas 5 alelos compatíveis.
Sobre a camiseta com sangue encontrada no apartamento da frente ao do casal Nardoni, ela disse que o sangue não pertencia a ninguém envolvido no caso. Provavelmente pertence a um operário, pois esse apartamento estava em reforma. Também havia substância como restos de argamassa na camiseta.
Com base em camiseta, perita afirma: ‘Alexandre defenestrou a vítima’
Prestando depoimento desde a manhã desta quarta-feira (24), a perita Rosângela Monteiro respondeu a um longo e detalhado roteiro de perguntas estipulado pela defesa: mais de 50 em uma hora. E até as 16h40 o questionamento ainda não havia sido encerrado.
Ao descrever como a morte de Isabella teria ocorrido, de acordo com a análise da perícia, ela contou que Alexandre entrou no apartamento carregando a menina. Questionada sobre como chegou até o nome de Alexandre, a perita afirmou que não há informações no inquérito que leve a crer que outra pessoa tivesse levado a menina no colo.
“E também tem a camiseta, que é uma prova muito importante [pois mostra as marcas da rede de proteção da janela do apartamento]. Ele defenestrou a vítima”, afirma a perita. Defenestrou é o termo técnico usado para definir “atirar janela afora violentamente”.
A advogada Roselle Soglio, que já fez curso de perícia criminal juntamente com a testemunha, foi a encarregada de questionar o trabalho realizado pelo Instituto de Criminalística. Ela perguntou à perita sobre todo o trabalho realizado no apartamento do casal e no Edifício London, questionou os procedimentos técnicos, os detalhes e perguntou especificamente sobre as marcas de sangue encontradas em Isabella.
Mas não conseguiu expor contradições na análise apresentada pela perícia. Soglio, inclusive, foi repreendida algumas vezes pelo juiz, por repetir questões que já haviam sido feitas pela promotoria antes do horário de almoço.
A perita explicou detalhadamente e com calma todos os procedimentos de apuração e análise. A pedido da defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, explicou que Isabella tinha um ferimento na testa, que pingou em sua perna direita.
E acrescentou que provavelmente a criança estava inconsciente, quando foi posta perto do sofá, na sala na casa. “É muito difícil controlar uma criança sangrando. Como as gotas caíram uma sobre a outra, ela teria de estar imóvel. Então, provavelmente estava desacordada.”
Rosângela Monteiro pediu uma lousa para desenhar o formato em que as gotas de sangue foram encontradas na roupa da menina, esclarecendo como isso indicaria que ela estava parada e com as pernas flexionadas.
Alexandre Nardoni e Anna Jatobá permaneceram impassíveis durante todo o testemunho; ele, no entanto, demonstrou mais atenção às explicações da perita do que ela.
Segundo o depoimento da perita Rosângela Monteiro, uma mancha de sangue encontrada na porta do quarto de Isabella pode indicar a presença dos irmãos da menina no apartamento, no momento em que ela foi morta.
A mancha de sangue foi feita com as pontas do dedo, a uma altura abaixo da maçaneta da porta do quarto. “Posso concluir, portanto, pela altura, que se trate de mãos de criança”, disse a perita.
Segundo ela, não foi possível a identificação de a quem pertencia o sangue, mas a teoria é de que um dos irmãos de Isabella tenha entrado em contato com algum respingo de sangue da menina no apartamento.
Termina depoimento da perita Rosângela Monteiro
Terminou por volta das 16h50 o depoimento da perita Rosângela Monteiro, uma das testemunhas do julgamento do casal Nardoni.
Ela disse que a menina foi ferida antes de entrar no apartamento do casal Nardoni e que já entrou sangrando. A perita afirmou ainda que o sangue encontrado no apartamento era da menina morta.
Rosângela Monteiro afirmou também que as marcas da rede de proteção na camiseta de Nardoni evidenciam que foi ele quem atirou a menina pela janela. (Com informações da Globo News)
Defesa dispensa cinco testemunhas
Após mais de cinco horas, foi encerrado o testemunho da perita Rosângela Monteiro às 17h desta quarta-feira (24), no Fórum de Santana (Zona Norte).
Houve um breve intervalo, e os advogados de defesa soltaram a aguardada lista de dispensas das testemunhas que não seriam ouvidas. De dez, o advogado Roberto Podval dispensou cinco.
As que não serão ouvidas são: Marcia Iracema Boschi Casagrande (perita criminal), Monica Miranda Catarino (perita criminal), Carlos Penteado Cuoco (médico legista do IML), Laércio de Oliveira Cesar (médico legista do IML) e Theklis Caldo Katifedenios (investigador policial).
Ele também dispensou a delegada Renata Pontes, que já havia testemunhado nesta terça-feira, mas permanecia à disposição da Justiça a pedido da defesa.
Já teve início o testemunho do jornalista Rogerio Pagnan, da “Folha de S. Paulo”. Os próximos a serem ouvidos devem ser Gabriel Santos Neto (pedreiro), Calixto Calil Filho (delegado de polícia), Sergio Vieira Ferreira (perito criminal) e Jair Stirbulov (escrivão de polícia).
Começa depoimento de jornalista
Começou por volta das 17h o depoimento do jornalista Rogério Pagnan. Na época da queda de Isabella, ele fez uma entrevista com o pedreiro Gabriel Santos para o jornal Folha de S.Paulo, em que ele afirmava que uma pessoa havia arrombado uma obra vizinha ao edifício London na noite da morte da menina. (Por Roney Domingos)
Delegada Renata Pontes é dispensada por defensor do casal Nardoni
A delegada Renata Pontes foi dispensada pelo defensor do casal Nardoni Roberto Podval na tarde desta quarta-feira (24). A policial prestou depoimento na terça-feira e teve de ficar à disposição da Justiça por pedido de Podval, que não descartava a hipótese de ouvi-la novamente. Além de Renata Pontes, o defensor do casal também dispensou algumas testemunhas.
A mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, no entanto, continua à disposição da Justiça, isolada e incomunicável.
Pedreiro também é dispensado e não irá depor
Antes considerado como peça-chave para a defesa, o pedreiro Gabriel Santos também foi dispensado.
A dispensa se soma a outras já informadas.
Escrivão dá depoimento e todas as outras testemunhas são dispensadas
O escrivão de polícia Jair Stirbulov prestou depoimento no Fórum de Santana, na Zona Norte. Ele terminou de falar às 18h. Foi a última testemunha a ser convocada pela defesa.
Todas as outras testemunhas foram dispensadas a pedido do advogado Roberto Podval, do casal Nardoni.
A mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, continua à disposição da Justiça. Ela deve seguir incomunicável no fórum até pelo menos o fim do interrogatório do casal Nardoni. Pode ser pedida uma acareação após o depoimento dos dois. (Por Débora Miranda)
Depois de testemunhas, casal Nardoni será interrogado
Depois de o advogado de defesa Roberto Podval dispensar oito das dez testemunhas nesta quarta-feira (24), o foco do julgamento vai finalmente se voltar a Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, que serão interrogados na sequência. Às 18h, o Tribunal de Justiça informou que os acusados começarão a ser ouvidos nesta quarta, mas ainda não se sabe quem será o primeiro a depor.
Os acusados apresentarão sua versão sobre a morte da menina Isabella, em março de 2008. Podval pode ainda chamar Ana Carolina Oliveira, a mãe de Isabella, para uma acareação no tribunal. A pedido da defesa, após dar seu testemunho no primeiro dia do julgamento, ela segue isolada, à disposição dos advogados.
Depois disso, pode haver o pedido de leitura das peças ou passar direto para a fase de debates, com a fala da acusação e da defesa. A princípio, cada uma das partes tem duas horas para a explanação, que pode ainda ter réplica e tréplica.
Só então o conselho de sentença se reúne para votar os quesitos e determinar o veredicto -absolvição ou condenação. Na sequência, o juiz lerá a decisão dos jurados em plenário e, em caso de condenação, estabelecerá a pena.
Juiz volta atrás, não descarta acareação e interrompe júri
O juiz Maurício Fossen decidiu voltar atrás na decisão de não permitir a acareação dos réus com a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira.
Para garantir “ampla defesa”, ele não descartou uma acareação nesta quinta-feira (25). Com isso, Ana Carolina segue como testemunha e vai continuar no fórum incomunicável.
Após a decisão, o juiz interrompeu a sessão do júri às 19h15. Com todas as testemunhas dispensadas, o casal Nardoni deve ser interrogado no quarto dia de julgamento. (Por Débora Miranda e Roney Domingos, com informações da TV Globo)
Esse caso só gerou julgamento e condenação dos culpados porque ocorreu em São Paulo, que possui uma Perícia Criminal reconhecida como Instituição séria e independente. Se fosse no Rio de Janeiro, seria mais um caso de dois assassinos impunes, o que é uma rotina em um dos Estados onde o índice de solução para crimes de homicídio está na faixa dos 4%
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