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segunda-feira, 12 de maio de 2014

Caso da Semana: Jack, o Estripador Parte II

Liz Stride e Katherine Eddwoves (30/09/1888)


A primeira vítima encontrada naquela noite foi uma prostituta conhecida como "Long Liz".  Nascida na Suécia em 27 de novembro de 1843 e morta em 30 de setembro de 1888, um domingo. O corpo de Stride foi descoberto próximo à 1:00 da madrugada, no chão da Dutfield's Yard, na Berner Street (hoje Henriques Street), em Whitechapel. 


Nome: Elizabeth Stride, conhecida como "Long Liz"

Idade: 44 anos

Ocupação: Prostituta

Local: Dutfield's Yard, Whitechapel, Londres.

Causa da Morte: Lesão na garganta

Instrumento: Perfurocortante

Histórico: Uma testemunha teria ouvido um grito no local da ocorrência, mas se evadiu. O assassino aparentemente não teve tempo de completar a mutilação.


Havia uma incisão direta no pescoço; a causa da morte foi perda excessiva de sangue, a partir da artéria principal no lado esquerdo. O corte nos tecidos do lado direito foi mais superficial, estreitando-se próximo à mandíbula direita. A ausência de mutilações no abdômen lançaram incerteza sobre a identidade do assassino, além de sugerir que ele pudesse ter sido interrompido durante o ataque. Pode ser que ele tenha se assustado e fugido ao ouvir o cavalo de Dean Schuitz, que acabou encontrando o corpo da vítima.

A poucos metros do local, uma mensagem escrita em um muro chamou a atenção da polícia:
" Os judeus não serão culpados sem motivos".  Embaixo, um pedaço de avental sujo de sangue de Eddwoves. A polícia acredita que as palavras foram escritas pelo assassino.

Com sede de sangue, Jack - O Estripador cruza o território da Scotland Yard e vai para o oeste e comete o seu mais audacioso crime até então. O segundo crime da noite foi o da postituta Katherine Eddwoves.

Katherine Eddowes (usava os nomes “Kate Conway” e “Mary Ann Kelly”, com os sobrenomes tirados de seus dois ex-maridos, Thomas Conway e John Kelly), nascida em 14 de abril de 1842. Seu corpo foi encontrado na Mitre Square, na Cidade de Londres. A garganta, assim como nos dois primeiros casos, foi aberta por dois cortes, e o abdômen aberto por um corte longo, profundo e irregular. O rim esquerdo e grande parte do útero foram removidos. A mídia e moradores de Londres se referiram ao episódio como "evento duplo" (The Double Event).

Idade: 46 anos

Ocupação: Prostituta

Local: Mitre Square, Whitechapel, Londres.

Causa da Morte: Estrangulamento, Lesão na garganta, abdômen, órgãos internos e face.

Instrumento: Perfurocortante

Histórico: Foi vista pela última vez na entrada de um bar na companhia de um homem baixo, de bigode e que usava jaqueta colorida.




Depois do duplo assassinato da noite, começou uma verdadeira caçada à Jack. Henry Smith, comissário da polícia de Londres pôs homens no caso.Não queria ser chamado de incompetente como seu parceiro Charles Warren.

Comissário Henry Smith
General Sir Chalers Warren
A sociedade Victoriana no geral achava que essas mulheres (prostitutas) mereciam o que recebiam. Porém, após a morte de Katherine Eddwoves as mulheres do Oeste ficaram com medo pois o estripador era imprevisível. 15 mil guardas foram colocados nas ruas, e mais de 150 trabalhavam disfarçados; mas infelizmente a investigação era feita de maneira separada, a polícia do lado oeste de Londres, não trocava informações com a Scotland Yard (que investigava os assassinatos de Whitechapel).

Mais Cartas

O cartão-postal do “Insolente Jack” , carimbado e recebido em 1 de outubro de 1888 pela Agência Central de Notícias, tinha um estilo similiar à carta “Caro Chefe”. Ele menciona que duas das vítimas – Stride e Eddowes – foram assassinadas num intervalo de poucas horas: “evento duplo desta vez”. Foi discutido que a carta teria sido mandada antes da divulgação dos assassinatos, fazendo pouco provável a hipótese de que um farsante teria tais conhecimentos do crime (embora ela tenha sido carimbada pelo correio mais de 24 horas depois do ocorrido, bem depois de os detalhes já serem conhecidos pelos jornalistas e moradores da área). Os oficiais de polícia afirmaram depois ter identificado o jornalista que foi o autor tanto desta quanto da carta anterior. 

Em 15 de Outubro de 1888, George Lusk, chefe do comitê de vigilância de Whitechapel recebeu uma carta. No remetente estava escrito: "Do inferno". A gramática era claramente irlandesa e o envelope continha partes de um rim humano.

A Carta continha manchas de sangue humano

" Senhor Lusk,
envio a você metade do rim que tirei de 1 mulher, a outra metade fritei e comi. Estava muito bom. Talvez até mande a faca que usei se você esperar mais um pouco.
Pegue-me quando puder Sr. Lusk!"

Algumas fontes citam outra carta, datada de 17 de setembro de 1888 como a primeira mensagem a usar o nome de Jack o Estripador. Especialistas acreditam que esta é uma falsificação atual inserida nos arquivos da polícia muito tempo depois dos assassinatos ocorrerem. Eles notaram que a carta não traz nem o selo oficial da polícia, que confirmaria a data em que ela foi recebida, nem as iniciais do investigador que a teria examinado se aquela fosse mesmo uma evidência em potencial; ela também não é mencionada em nenhum documento oficial da época, e algumas das pessoas que tiveram a carta em mãos afirmam que ela foi escrita com uma caneta esferográfica, que só seria inventanda pelo menos cinquenta anos depois dos crimes do Estripador.


                         Mary Kelly (09/11/1888)

Mary Jane Kelly (passou a usar o nome “Marie Jeanette Kelly” depois de uma viagem a Paris; apelido: Ginger), supostamente nascida na Irlanda em 1863 e morta em 9 de novembro de 1888, uma sexta-feira. O corpo terrivelmente mutilado de Kelly foi descoberto pouco depois das 10:45 da manhã, deitado na cama do quarto onde ela vivia na Dorset Street, em Spitalfields. A garganta foi cortada até a coluna vertebral, e o abdômen quase esvaziado de seus órgãos. O coração também foi retirado.

Um ex-namorado de Mary Kelly foi chamado para identificar o corpo: 

"Morei com a falecida por 3 meses. Meu nome é Joseph Barnett e vi o corpo, a identifiquei pelas orelhas e olhos".

Na foto, o corpo de Mary Kelly
Idade: 25 anos

Ocupação: Prostituta

Local: Miler's Court, Whitechapel, Londres.

Causa da Morte: Estrangulamento e Multilação

Instrumento: Perfurocortante

Histórico: Encontrada em dormitório de cortiço. Mais de 100 pedaços do corpo foram recolhidos no local e encaminhados para a autópsia.

Foto do quarto onde Mary Kelly foi encontrada morta, tirada por um fotógrafo da polícia. O prédio foi demolido em 1928.

A esta altura a polícia estava confusa pro não saber lidar com assassinatos em série e por conta da pressão vinda não só da população como também do Palácio real. Mas do nada os crimes cessaram, e até hoje 123 anos depois, a polícia, pesquisadores, estudiosos tentam descobrir a identidade do assassino mais famosos de todos os tempos. o que teria acontecido à Jack? Mudou de cidade? Foi preso? Morreu? Parou de matar? Nunca saberemos. A polícia continuou a investigação pelos 4 anos seguintes até encerrar o caso, em meados de 1892.


Mídia

Capa da edição de 21 de setembro de 1888 da revista Puck, apresentando a versão do cartunista Tom Merry de Jack o Estripador.

Alguns acreditam que o apelido do assassino foi inventado por jornaleiros, na esperança de que uma história mais interessante aumentasse suas vendas. A prática tornar-se-ia um costume ao redor do mundo, com inúmeros criminosos apelidados e tornados famosos pela imprensa.

Mas os assassinatos do Estripador marcaram uma etapa importante na vida moderna britânica. Embora não tenha sido o primeiro assassino em série, Jack o Estripador foi o primeiro a criar um frenesi mundial da mídia em torno de seus crimes. O surgimento em massa de jornais baratos na Inglaterra a partir de 1855 fez do Estripador o beneficiário de uma publicidade até então sem precedentes. Isto, combinado ao fato de ninguém ter sido acusado formalmente pelos assassinatos, criou uma mitologia investigativa que eclipsaria completamente outros criminosos do tipo que surgiram mais tarde.

Os miseráveis do East End eram há muito ignorados pela influente sociedade, mas a natureza dos crimes e de suas vítimas forçosamente chamou atenção para as condições em que viviam. Esta atenção significou que os reformistas sociais da época finalmente puderam ser ouvidos pelas classes altas, convencendo-as de que algo deveria ser feito para ajudar os pobres. Uma carta de George Bernard Shaw para o Star trazia comentários sarcásticos sobre o interesse repentino da imprensa pelo assunto:

"Enquanto nós Democratas Sociais perdemos nosso tempo com educação, agitação e organização, algum gênio independente tomou a questão em suas próprias mãos, e simplesmente por matar e esquartejar quatro mulheres, converteu a imprensa capitalista numa espécime inepta de comunista."















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