Estudos na área de assassinatos em série resultaram em duas formas de classificar os serial killers: uma baseada no motivo, e outra baseada nos padrões organizacionais e sociais. O método do motivo é chamado de tipologia de Holmes, por causa de Ronald M. e Stephen T. Holmes, autores de vários livros sobre assassinatos em série e crimes violentos. Nem todos os serial killers são de um tipo só, e muitos apresentam características de mais de um tipo. Nenhuma destas classificações explica o que na realidade pode levar uma pessoa a se tornar um serial killer (falaremos mais sobre isso adiante). Também não há dados científicos suficientes sobre os quais basear estas classificações - são baseadas em dados de observação casual ou em entrevistas. Os críticos da tipologia de Holmes apontam esta como uma falha, mas muitos investigadores ainda acham este método útil ao estudar assassinatos em série.
Segundo a tipologia de Holmes, os serial killers podem se concentrar no ato (aqueles que matam rápido), ou no processo (aqueles que matam vagarosamente):
Visionários – indivíduos insanos ou psicóticos, eles matam porque escutam vozes ou tem visões que o “levam” a fazer isso.
Missionários – Socialmente, mas tem a necessidade de livrar o mundo do que julga “imoral” ou indigno. Escolhe determinado grupo de pessoas, como prostitutas, mendigos, homossexuais e etc.
Emotivos - matam por pura diversão, dentre os quatro tipos é o que realmente tem prazer em matar e utiliza requintes sádicos e cruéis.
Libertinos – são os assassinos sexuais; matam por “tesão”. Quanto maior for o sofrimento da vítima maior será o seu prazer. A ação de torturar, mutilar e matar lhe traz prazer sexual. Canibais e Necrófilos fazem parte desse grupo.
No linguajar do FBI, para fins de PERFIL BIOGRÁFICO, os assassinos motivados sexualmente são divididos em “organizados”, “DESORGANIZADOS” e categorias “mistas”, baseados em características pessoais e evidências encontradas nas cenas dos crimes. Em tese, essas determinações auxiliam a polícia a rastrear suas presas, na prática, entretanto, não existe evidência persuasiva de perfil biográfico recente levando à prisão do assassino.
O quadro abaixo ilustra comportamentos dos dois tipos mais comuns:
SERIAL KILLERS ORGANIZADOS
Conforme delineado pelos “caçadores de mentes” do FBI, um assassino organizado típico possui boa inteligência e é socialmente competente, inclinando-se para ocupações qualificadas. Uma revisão da infância do sujeito, se e quando ele foi preso, normalmente revela alta posição da ordem de nascimento (o mais velho ou filho único), um pai com emprego estável e uma vida caseira marcada por disciplina inconsistente, alternativamente severa e indulgente. Na idade adulta, o assassino organizado frequentemente vive com uma parceira, uma esposa legal, e é sexualmente competente. A violência é precipitada pelo estresse, incluindo a discórdia conjugal ou a perda do emprego, e é frequentemente abastecido pelo álcool. O assassino se desloca facilmente, mantendo um ou mais veículos em boas condições. Seu humor é controlado na caçada, e ele normalmente segue o progresso das investigações da polícia por meio da mídia. Se pressionado, o assassino organizado pode encontrar um novo trabalho ou deixar a cidade para evitar a detenção.
As características da cena do crime de um infrator organizado tipicamente traem um assassinato planejado com antecedência, refletindo o controle total de seu meio ambiente pelo assassino. A vítima é normalmente um estranho (exceto nos casos de predadores estacionários, que matam em suas casas ou no local de trabalho). O caçador habitualmente prefere vítimas submissas, empregando restrições para anular a resistência durante a agressão sexual ou tortura. O assassino vem preparado com quaisquer ferramentas ou armas necessárias e remove-as da cena quando acaba. Pode personalizar a vítima por meio de conversa controlada (mesmo manuscrita), assim alimentando as fantasias ritualísticas que dominam sua vida. Quando acaba com sua presa, o assassino organizado geralmente transporta o corpo para outro local e esconde-o com cuidado, esforçando-se para não deixar nenhuma evidência útil para trás. Alguns predadores são, na verdade, tão habilidosos, desde “JACK, O ESTRIPADOR” de Londres até nossos dias, que nunca são pegos. Aqueles capturados pela polícia mais frequentemente vêm a sofrer algum descuido ou má sorte – um bilhete de estacionamento entregou DAVID BERKOWITZ – e não pelo trabalho brilhante dos detetives.
SERIAL KILLERS DESORGANIZADOS
Extremo oposto dos assim chamados ASSASSINOS ORGANIZADOS no esquema do FBI de PERFIL BIOGRÁFICO psicológico, estes criminosos parecem ter três investidas contra eles antes de começarem. Fazem tudo errado, desde o primeiro ato impulsivo, até sua deserção de uma cena criminal caótica e dominada por indícios... e alguns deles ainda continuam a matar e matar novamente por anos até o fim, quando, por acaso, são pegos.
O assassino “normal” desorganizado possui inteligência média, se tanto, algumas vezes mentalmente retardado, quase sempre socialmente imaturo. O criminoso espelha-se no registro do trabalho instável de seu pai, deixando ou perdendo um emprego após outro, raramente sendo qualificado para uma ocupação especializada. Sua vida social é igualmente estéril: o criminoso vive tipicamente sozinho e é sexualmente incompetente, algumas vezes virgem (o estrangulador Harvey Glatman, por exemplo, experimentou o sexo pela primeira vez aos 29 anos, quando estuprou sua primeira vítima e a matou). O assassino desorganizado raramente bebe para aumentar sua coragem, e seus crimes são impulsivos e geralmente sem planejamento. Nenhum estresse grave de precipitação é visto; em vez disso, o assassino age ao acaso, quase por impulso, sem pensar durante suas ações. Ele, frequentemente, vive e/ou trabalha próximo à cena do crime, talvez atacando um vizinho e mostrando pouco interesse na cobertura da mídia do caso. Muito distraído ou lerdo para reconhecer o perigo, ele raramente faz qualquer mudança dramática no estilo de vida para evitar a detenção.
Uma cena de crime desorganizado cheira a espontaneidade. A vítima é frequentemente conhecida de seu agressor, e talvez por essa razão o assassino comumente despersonaliza sua face (desfigurando ou cobrindo seu rosto). A morte em si é sempre um ataque “relâmpago”, com pouca ou nenhuma conversa, muito distante das técnicas do assassino “organizado” de sedução preparada. Por serem normalmente mortas ou incapacitadas em segundos, as vítimas raramente são atadas ou torturadas; qualquer agressão sexual é relatada tendo sido realizada no corpo. Por pensar tão pouco na captura, o assassino desorganizado raramente transporta ou esconde seus homicídios, deixando os corpos onde caíram e são facilmente encontrados. Pouco ou nenhum esforço é feito para limpar a cena do crime, esconder as armas, ou erradicar evidências tais como sêmem ou impressões digitais.
Pareceria, a partir desse critério, que cada assassino desorganizado seria pego após o primeiro ou segundo assassinato, mas este não é sempre o caso. Alguns como o Vampiro de Sacramento, Richard Trenton Chase, embarcam em tal feroz atividade homicida que escapam dos investigadores durante um momento de desvio e torturam ampla gama de corpos no processo. Outros, como EDWARD GEIN, de Wisconsin, são abençoados pelas circunstâncias – locais remotos ou vizinhos particularmente desertos – e assim eles podem matar por anos, mesmo décadas, sem serem expostos.
Fontes:
- http://comportamentocriminoso.blogspot.com.br/2012/05/o-serial-killer.html
- http://www.institutomarconi.com.br/serialkillers.htm
- http://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_direito/article/viewFile/923/759
- http://serialkillerworld.com.br/2013/12/21/o-que-e-um-serial-killer-quem-sao-suas-vitimas-quais-sao-os-modus-operandi-e-as-caracteristicas-de-abusadores/
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