Genética / Sementes Ruins, os criminosos psicopatas são realmente diferentes desde o nascimento? Muitos pais dizem que seus filhos que crescem para ser criminosos violentos são muito diferentes de seus irmãos não-violentos. Com três anos Ted Bundy entrou no quarto da sua tia adolescente Julia em uma manhã, e deslizou facas de açougueiro sob as cobertas de sua cama. "Ele apenas ficou lá e sorriu", disse ela. O Serial killer Carl Panzram escreveu: "Toda a minha família é como os outros seres humanos. Eles são honestos e trabalham duro. Todos, exceto eu, pois tenho sido um homem-animal desde que eu nasci. Quando eu era muito jovem, com 5 ou 6 anos de idade eu já era um ladrão e um mentiroso. Quanto mais velho pior eu fiquei ". O Assassino de crianças alemão Peter Kurten havia afogado dois companheiros aos nove anos de idade.
Será que essas crianças já nascem ruim? Somente o ambiente sozinho não é suficiente para explicar o comportamento perturbado que muitas crianças abusadas e negligenciadas apresentam ao crescer eque os impedem se serem cidadãos cumpridores da lei. Se há uma explicação genética, é uma mutação escorregadia, discreto. Nós não vemos famílias inteiras de assassinos em série. Não existe tal coisa como um "gene de matar", mas a pesquisa está revelando algumas tendências genéticas para o comportamento violento. Em outras palavras, sementes ruins florescem em ambientes ruins.
Um estudo em gêmeos que foram criados separados, feito por Yoon-Mi Hur e Thomas Bouchard em 1997, revelou uma forte ligação entre impulsividade e comportamento de busca de sensações ", atribuídos quase exclusivamente a fatores genéticos." Ambos os traços de busca de sensações e impulsividade têm sido "encontrados em maiores quantidades em usuários de drogas, delinquentes e psicopatas."
BIOLOGIA
"A partir de pesquisas, ficou claro existirem áreas do cérebro envolvidas ou relacionadas com o comportamento agressivo. Mas isto é muito diferente do que dizer que as estruturas neurológicas compostas por áreas do cérebro são inatamente organizadas para funcionarem como comportamento agressivo, e que, em suma, a única coisa necessária é o estímulo apropriado para desencadear os mecanismos que levarão ao comportamento agressivo.
Creio que essas afirmações constituem uma simplificação grosseira. É certo que se pode detectar a existência desses circuitos em certas áreas do cérebro, mas isso é muito diferente do que dizer que existem áreas do cérebro que obrigam os seres humanos a comportar-se agressivamente, e que o indivíduo está geneticamente "programado" ou "condicionado" (influenciado sócio-culturalmente) para um comportamento agressivo."
Fonte: A. MONTAGU, A Natureza da Agressividade Humana, Zahar Editora, 1995
Serial Killers têm um cromossomo extra?
O Assassino Bobby Joe Longo tinha um X (feminino) cromossomo adicional, também conhecida como síndrome de Klinefelter, o que significava que ele tinha o hormônio feminino estrogênio circulando em quantidades mais elevadas em seu sistema. Seus seios cresceram durante a puberdade, o que lhe causou grande constrangimento. Bobby no entanto, tem em abundância outros pré-requisitos dos assassinos séries. Ele sofreu ferimentos traumáticos e repetitivos na cabeça, entre outras coisas.
Por outro lado, um Y (masculino) cromossomo extra já foi considerado como explicação para a violência. A defesa legal do assassino em massa Richard Speck disse que ele tinha uma composição genética XYY, mas testes provaram que isso não era verdade. Enquanto um cromossomo masculino adicional parece ser uma explicação lógica para o comportamento mutante-agressivo, não há muitas evidências que ligam o cromossomo X ou Y aos assassinos em série.
Metais Pesados
Algumas pesquisas têm demonstrado que criminosos violentos têm níveis mais elevados de traço de metais pesados tóxicos (manganês, chumbo, cádmio e cobre) em seus sistemas. O excesso de manganês reduz o nível de serotonina e dopamina, o que contribui para o comportamento agressivo. O álcool aumenta os efeitos. James Huberty, o assassino em massa, tinham quantidades excessivas do cádmio, substância tóxica em seu sistema.
Dano cerebral
Alguns pesquisadores formaram a teoria de que os serial killers têm danos cerebrais ou outras anomalias que contribuem para seus atos. Danos em áreas como o lobo frontal, o hipotálamo, e o sistema límbico podem contribuir para agressão extrema, perda de controle, perda de julgamento e violência. Henry Lee Lucas, condenado por 11 assassinatos, tinha graves danos cerebrais nessas áreas, provavelmente resultantes de abuso na infância, subnutrição e alcoolismo. Arthur Shawcross, outro que matou 11 pessoas, tinha vários danos cerebrais, incluindo duas fraturas no crânio. Na prisão, sofria de dores de cabeça e desmaiava com freqüência. Bobby Joe Long, condenado por nove assassinatos, disse: "Depois que eu morrer, vão abrir minha cabeça e descobrir que como dissemos, parte do meu cérebro está preta, seca, morta" [fonte: Scott].
GENÉTICA E CRIMINALIDADE
A influência dos genes na vida psíquica do indivíduo poderá ser equacionada de relevante (ou não), não apenas enquanto determinante direta de uma maior propensão agressiva, mas também enquanto determinante indireta; ao atribuir ao sujeito determinadas características (herdadas geneticamente) como a debilidade intelectual ou a impulsividade, as quais, particularmente se conjugadas no mesmo indivíduo, não deixarão de se repercutir na inserção vivencial do sujeito e potenciar um comportamento homicida. E, se adicionarmos a estas características do indivíduo uma educação propiciada por pais igualmente limitados, eventualmente alcoólicos, e vivendo num meio degradado, percebemos como certas características biológicas se podem associar a fatores culturais, educativos ou sociais, no sentido de potenciarem circunstâncias que levem o sujeito a cometer um homicídio.
Alvo do maior interesse e estudo têm sido as mutações genéticas. As relativas ao cromossomo 47, foram desde há muito apontadas como um dos fatores causais deste aumento de agressividade e criminalidade.
Contribuiu para isso o fato de os indivíduos com um cariótipo 47xyy (síndrome da supermasculinidade), ou seja, com um cromossomo Y suplementar, terem, além da frequente debilidade mental, propensão à violência, e serem frequentemente encontrados entre a população prisional numa percentagem maior do que seria de esperar.
Foi publicado um estudo por Jacobs e Colab em 1965 com 197 indivíduos débeis e violentos e constataram que oito revelavam possuir o cromossomo Y suplementar, ou seja, uma percentagem de quase 4%, contra 0,1% da população geral.
No caso da síndroma de Klinefelter, com cariótipo 47-XXY, e que atinge 1 em 1000 homens, a afetação psico orgânica é ainda mais marcante e 25% destes indivíduos revelariam comportamento antissocial.
A hipótese de que o cromossomo X propicia um ser menos agressivo não parece convincente porque as mulheres com síndroma de Turner (XO) não são mais agressivas que as mulheres normais (XX), enquanto que as mulheres com triplo XXX evidenciam mais problemas comportamentais que as mulheres normais.
A importância da hereditariedade é demonstrada em traços de caráter como a agressividade, a impulsividade ou a maior instabilidade emocional.
Lagerspetz na Finlândia, separou, a partir de uma adoção cruzada, os ratos mais agressivos dos não agressivos. Após cruzar algumas gerações de ratos (machos e fêmeas) obteve uma espécie altamente agressiva. Similarmente, quando se cruzavam ratos de diferente gêneros não agressivos obtinha-se uma espécie de ratos não agressivos que dificilmente reagiam às provocações de que era vítima. O investigador demonstrou que as diferenças entre a agressividade dos ratos não só se deviam a fatores do meio, mas também a fatores genéticos.
Poderíamos deduzir que nos humanos tudo se passaria de modo semelhante. No entanto, o fato desses terem uma enorme capacidade de aprendizagem, viverem muitos anos na dependência de educandos, e não poderem ser utilizados como cobaias de maneira indiscriminada pelos investigadores, não permite afirmar que as conclusões obtidas a partir de investigações com animais incluam os seres humanos. Por isso, estudos de gêmeos e estudos de adoção passaram a ter uma grande importância.
Um dos trabalhos mais importantes foi o de Christiansen que estudou 3586 pares de gêmeos dinamarqueses nascidos entre 1881 e 1910. O autor encontrou uma concordância na criminalidade para os pares de gêmeos monozigóticos (52%) que era 2,3 vezes mais alta que a dos pares de gêmeos dizigóticos (22%).
Mednick, num estudo similar, estudou 14. 427 rapazes dinamarqueses adotados entre 1924 e 1947, e descobriu que:
- a taxa de comportamento criminal era de 13,5% quando nem os pais biológicos ou adotivos eram criminosos
- 20% quando só os pais biológicos eram criminosos
- 24,5% naqueles casos em que ambos os pais, biológicos e adotivos, estavam envolvidos no crime
A agressão não se trata de um traço de personalidade herdado, mas os fatores que influenciam a agressão podem ser transmitidos geneticamente. Esses fatores incluem o perfil de atividade hormonal, os limiares de ativação das estruturas cerebrais e, evidentemente, as epilepsias geneticamente transmitidas.
Relacionadas com a agressão, estão também os hormônios, a testosterona tem sido o hormônio sexual mais importante. Vários estudos têm demonstrado que a agressividade pode ser diminuída com tratamento à base de estrogênio e, em menor proporção, com progesterona.
Os hormônios são mensageiros químicos que são inseridos na corrente sanguínea pelas glândulas endócrinas (referente ao sistema endócrino) e pelas células nervosas (neurônios). As mensagens que transmitem regulam o crescimento ou o funcionamento de órgãos e tecidos específicos, em cujo o processo poderão influenciar o comportamento humano. Nos últimos cinquenta anos do século passado, os investigadores se atentaram para possibilidade de um desequilíbrio no nível dos hormônios sexuais do corpo poder estar ligado à criminalidade.
As pesquisas sugeriram que o hormônio sexual masculino, a testosterona está diretamente ligada a crimes agressivos e antissociais como a violação e o homicídio. Os níveis de testosterona sobem na puberdade e no início dos 20 anos, fato que se associa às taxas mais elevadas de crimes.
Sabemos também que o sistema límbico do cérebro, que controla as emoções como a raiva, o amor-ódio, o ciúme e o fervor religioso, pode ser afetado pela testosterona. Mesmo vendo que nos criminosos mais violentos existe uma secreção elevada de testosterona, não se estabeleceu uma ligação direta entre o comportamento criminoso e os níveis de hormônios sexuais.
Os investigadores também verificaram os efeitos de uma deficiência ou desequilíbrio nutricional sobre o comportamento. Por exemplo, um estudo recente relata que um grupo de prisioneiros submetidos a uma deita especialmente concebida com uma quantidade progressiva de vitaminas deu mostras de melhoramento notáveis no comportamento.
Os níveis de açúcar no sangue foram notavelmente importantes num caso de homicídio ocorrido em 1989. Um homem esfaqueou a mulher e depois tentou suicidar-se cortando os pulsos. Posteriormente, verificou-se que sofria de amnésia. Nos dois meses que precederam o crime, tinha seguido uma dieta bastante rigorosa, abastecendo-se de açúcar, pão, de batatas e de frituras, mas havia bebido dois copos de whisky na manhã em que cometera o crime.
No julgamento, médicos especialistas testemunharam que ele sofria de hipoglicemia, baixo nível de açúcar no sangue. Disseram que isto era suficiente para impedir o funcionamento normal do cérebro e que reduzia substancialmente o sentido de responsabilidade, tornando-se talvez num autômato, o júri o considerou inocente.
Bibliografia:
Mentes Criminosas, Brian Innes
Homicidas em Portugal, Fernando Almeida
Biologia - Terra, Universo de Vida
http://www.nature.com/index.html
Revista de investigação criminal
Textos elaborados por Teresa F. Deus
Genética
Os testes mostram que o sistema nervoso do psicopata é marcadamente diferente, pois sentem menos medo e ansiedade do que as pessoas normais. Um experimento conduzido com cuidado revelou que "os baixos níveis de excitação" não só provocam impulsividade e emoção, mas também mostrou como sociopatas são quando se trata de mudarem o seu comportamento. Um grupo de sociopatas e um grupo de indivíduos saudáveis receberam uma tarefa, que era para memorizar qual alavanca (entre quatro) acendia uma luz verde. A cada erro um choque elétrico era recebido. Ambos os grupos erraram o mesmo número de vezes, mas o grupo saudável rapidamente aprendeu a evitar o choque elétrico como punição, enquanto os sociopatas levaram muito mais tempo para fazê-lo.
Esta necessidade por níveis mais elevados de estimulação faz com que o psicopata busque situações perigosas. Quando Gacy ouvia uma ambulância, ele a seguia para ver que tipo de catástrofe emocionante estava acontecendo. Parte da razão de muitos serial killers desejarem se tornar policiais é, provavelmente, devido à intensidade do trabalho.
Genética e fatores fisiológicos também contribuem para a construção de um psicopata. Um estudo em Copenhague focado em um grupo de sociopatas que tinham sido adotados como filhos. Os parentes biológicos de sociopatas tinham de 4 a 5 vezes mais probabilidade de serem sociopatas que a média. No entanto, a genética não conta toda a história; ela mostra apenas uma predisposição para o comportamento antissocial. O ambiente pode estimular ou fazer a personalidade psicopática "regredir".
Quando um psicopata herda em sua base genética uma deficiência de desenvolvimento, geralmente é um desenvolvimento atrofiado das funções superiores do cérebro. 30-38% de psicopatas mostram padrões de ondas cerebrais anormais, ou EEG. Bebês e crianças normalmente têm uma atividade mais lenta das ondas cerebrais, mas essa atividade aumenta à medida que crescem. Não com psicopatas. Eventualmente, o cérebro pode amadurecer com a idade do psicopata. Pode ser por isso que a maioria dos assassinos em série têm menos de 50 anos. A atividade anormal das ondas cerebrais vem dos lobos temporais e do sistema límbico do cérebro, áreas que controlam a memória e as emoções. Quando o desenvolvimento desta parte do cérebro é prejudicada geneticamente, e os pais da criança são abusivas, irresponsáveis ou manipuladoras, o palco está montado para o desastre.
Psicopatas podem ser tratados com sucesso? De acordo com os psiquiatras: "Não." Tratamento de choque não funciona; as drogas não têm sido bem sucedidas no tratamento; e psicoterapia que envolve confiança e uma relação com o terapeuta, está fora de questão, porque os psicopatas são incapazes de abrir-se aos outros. Eles não querem mudar.
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